COTOPAXI

Vulcão Quilotoa: para ver dos mirantes ou fazer as trilhas


O Equador têm alguns vulcões e até uma avenida para observar vários no mesmo roteiro. Um dos mais impressionantes para visitar é o vulcão Quilotoa, conto curiosidades e como foi o tour de um dia a partir de Quito.

Mas afinal, o que o vulcão Quilotoa tem de tão impressionante?

Vulcão é uma rocha diferente das outras montanhas por seu formato em cone e uma câmara magmática. Quando entra em erupção abre uma cratera, também conhecida como boca do vulcão, por onde o magma escapa e passa a ser chamado de lava vulcânica.

A última erupção do vulcão Quilotoa foi no ano 1280 quando a cratera colapsou formando uma caldeira de 3 quilômetros de largura com mais de 400 metros de profundidade. Com o passar do tempo virou a Laguna Quilotoa e esse processo é um fenômeno raro entre os vulcões.

Mulher veste calça bege e casaco magenta sorrindo na borda da cratera do vulcão Quilotoa
No início da trilha para chegar ao lago

Foi a primeira vez que vi um lago na cratera de um vulcão e achei lindo a cor esmeralda da água rodeada por vegetação verde e mini flores coloridas contrastando com as rochas escuras de aproximadamente 40.000 anos.

Além disso, é o vulcão mais ocidental da Cordilheira dos Andes equatoriana, alcançando 3.914 metros de altitude. Quilotoa fica na Reserva Ecológica Los Ilinizas, no Cantão Pujilí, Província de Cotopaxi, distante 180 km de Quito pela rodovia Panamericana.

Visita ao vulcão Quilotoa, no Equador

Há várias maneiras de chegar, no entanto, a mais prática e confortável é contratar um passeio. Entrei no tour Vulcão Quilotoa da Latin Adventures, um receptivo local que organiza roteiros customizados por todo o Equador e oferece algumas opções de um dia em Quito e arredores.

O guia Diego Fernando Cabascango me buscou no hotel por volta das 8h e havia somente mais uma passageira, então fomos em carro como se fosse um tour privativo. Conforme o número de turistas, pode ser uma van ou ônibus. O objetivo é chegar ao topo do vulcão Quilotoa, mas têm paradas interessantes no caminho, afinal, subir a Cordilheira dos Andes com suas curvas sinuosas sempre leva mais tempo e nesse caso foram cerca de 3 horas.

Se o céu estiver limpo, pode observar o vulcão Cotopaxi da estrada, mas não estava, o guia apenas apontou o local quando passamos. Existem tours oferecendo os dois no mesmo roteiro, o que parece ser corrido demais, recomendo fazer um de cada vez como eu fiz.

Clique para receber dicas da América do Sul por e-mail

Atrativos do caminho pela estrada Panamericana

A primeira parada foi na casa de uma família vivendo praticamente do mesmo jeito como viviam seus ancestrais indígenas. Cabanas de barro e palha, sem água encanada ou energia elétrica, onde os moradores mantêm a tradição de quem vive naquelas montanhas: plantam conforme podem, cuidam das alpacas que fornece a lã e dos cuys vendidos aos restaurantes e assim podem comprar o que não conseguem produzir.

Desde que a Panamericana foi asfaltada, a vida deles tem melhorado pelo acesso mais fácil as outras cidades para comprar mantimentos e aumento do número de turistas. Por outro lado, os mais jovens tem trocado essa vida para morar nas cidades e a paisagem rural está mudando com mais casas de alvenaria com melhor infraestrutura. Portanto, esse modo de vida talvez deixe de existir nos próximos anos.

Na estrada, chamou a minha atenção a quantidade de cachorros no acostamento. Sozinhos ou em grupo, eles pareciam atentos ao movimento e sabiam se proteger no menor risco de atropelamento. Diego disse serem dos moradores rurais que saem para trabalhar cedo, os animais os acompanham até a estrada e ali ficam esperando o dia todo pelo retorno dos seus donos, além de ser mais quente ficar sentado no asfalto que no mato. Faz bastante frio na altitude.

A segunda parada foi em uma loja de artesanato com preços atrativos, banheiro e canelazo de cortesia. A bebida feita de cana-de-açúcar esquenta por sua doçura ou quando colocam álcool, mas não recomendo para quem tem problemas de altitude. Foi só pedir sem álcool e já tinham preparado para me servir.

Por fim, paramos para ver o Cânion do Rio Toachi, formado por uma erupção há milhares de anos, antes de chegar à Reserva Ecológica Los Ilinizas.

Cânion do Rio Toachi, gramado e montanhas verdes ao fundo. Céu nublado
Cânion do Rio Toachi

O que fazer no vulcão Quilotoa

Ao redor da Reserva Ecológica Los Ilinizas há uma vila com serviços como lojas de artesanato, restaurantes e pousadas para quem pode ficar mais tempo ou deseja fazer as trilhas longas. No tour de um dia, temos de 3 a 4 horas para escolher o que fazer. Fiz a trilha até o lago e deixei um tempo para o almoço típico, mas deixo as opções possíveis:

vulcão Quilotoa
Panorâmica da Laguna Quilotoa

Mirantes

São dois mirantes para ver o lago na cratera do vulcão: a plataforma de vidro é paga já a de madeira é grátis. Dalí dá para ver cavalos e pessoas circulando pelas trilhas e uma estrutura na praia do lago, além de ser o melhor ponto para tirar a foto panorâmica, ou grande angular, de toda a dimensão do vulcão Quilotoa.

Trilha até o lago

Do mirante até parece simples, mas não se engane! São 30 minutos para descer, por caminho arenoso e irregular, e 1h30 para subir, se o mal de altura não te pegar antes. Dá para alugar cavalos, porém, não recomendo por parecerem exaustos e na altitude com penhascos, prefiro confiar nas minhas próprias pernas.

Duas pessoas sobem a trilha a cavalo, guia acompanha. Ao fundo lago no interior do vulcão Quilotoa
Turistas subindo a cavalo

O desnível é cerca de 400 metros e o guia me deu um prazo, se até a hora X eu não tivesse alcançado a praia, era melhor voltar ainda mais que tenho dificuldades em subidas na altitude. Portanto, cheguei perto para tirar fotos e voltei. E aí, bastavam 10 passos no terreno inclinado para faltar fôlego e sentir a pressão da altitude esgotando as minhas forças. O jeito é tomar água aos poucos, respirar profundamente e fazer várias pausas até voltar ao mirante.

Mulher veste calça bege e casaco magenta sorrindo no muro em frente ao lago do vulcão Quilotoa
O mais perto que cheguei do lago

A outra passageira era Americana do Colorado acostumada a viver na altitude, ela foi bem mais rápida e ainda teve tempo de alugar um caiaque para navegar no lago.

Atividades aquáticas na Laguna Quilotoa

As águas do lago são tóxicas e não pode nadar ou beber, mas há passeio de barco e aluguel de caiaque para quem alcança a praia. A profundidade chega a 250 metros e tem diminuído a cada ano conforme relatos dos moradores.

Lago cor de esmeralda e montanhas verdes em dia parcialmente nublado. Raio de luz no lago
Lago cor de esmeralda
Contrastes nos desníveis da borda da cratera

Trilhas em torno do vulcão Quilotoa

Há várias opções de trilhas conforme o seu tempo disponível, condição física e adaptação a altitude, uma das mais famosas é Quilotoa Loop.

É bom saber que a borda da caldeira tem diversos desníveis irregulares. A caminhada de 10 quilômetros é arenosa e íngreme em alguns lugares e pode ser bastante cansativa devido à altitude e ser congelante quando não há sol.

Sinalização da trilha, ao fundo lago e parte da cratera do vulcão Quilotoa
Sinalização da trilha

Onde comer

Prato servido com batatas, chá, carne, salada e abacate
Chá de coca, batatas, salada, cuy, abacate e molho de pimenta

O almoço foi na Hosteria Chukirawa, bem em frente ao mirante. O único lugar onde encontrei chá de coca (é proibido no Equador, apenas algumas marcas industrializadas de chá são permitidas). E como sempre, dá uma levantada na sensação de soroche dando energia. Pedi o cuy (porquinho-da-índia) assado e me decepcionei com o tamanho da carne, era só uma parte, embora o prato todo tenha me deixado satisfeita. O preço é acessível.

O que levar

Leve dinheiro em espécie e trocado, não aceitam cartão ou notas em valor alto, nem terá caixa ATM para sacar. É um bom lugar para comprar artesanato como os lindos blusões feitos de lã de alpaca e artefatos em couro.

Quando cheguei não havia sol e estava muito frio, o corta-vento e fleece foram essenciais para me proteger, quando o sol apareceu, apenas abri os fechos e ficou agradável.

A bota de trilha ajudou muito para não escorregar ou torcer o pé no terreno arenoso com pedras.

Quer viajar para o Equador e ter alguém cuidando de todos os detalhes do seu roteiro? Toque no botão e conte mais detalhes.

Inscrição para participar da viagem

Gostou da informação e quer ver mais? Então, acesse o Google Notícias, selecione a opção “✩ Seguir” e não perca mais nenhuma novidade do Territórios no seu celular!

© Todos os direitos reservados. Fotos e relato 100% originais.

Para quem chegou até aqui, agradecemos por valorizar o nosso conteúdo. Diferente das grandes corporações de mídia, Territórios é independente e se financia por meio da sua própria comunidade de leitores e ouvintes. Você pode apoiar o nosso trabalho de diversas formas como:

1. Aproveitar os benefícios do financiamento coletivo

2. Levar nossos guias de viagem no celular

3. Contratar produtos e serviços recomendados através dos links nos artigos. Exemplos e como fazer: alugar veículos, reservar hospedagem e excursões, comprar seguro, dados de internet e moeda estrangeira, entre outros. A venda nos gera uma comissão sem aumentar o valor final, inclusive, repassamos os descontos para você.

A informação foi útil? Talvez queira apoiar e fazer parte da comunidade Territórios!

Compartilhe ideias e converse com outros leitores no grupo no Facebook ou acompanhe no Spotify e grupo de avisos do Whats App.

Você está em INICIAL » EQUADOR » COTOPAXI » Vulcão Quilotoa: para ver dos mirantes ou fazer as trilhas
Roberta Martins

Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 16 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram

Write A Comment