A bicicleta, ou melhor, a máquina de correr precursora do atual símbolo da mobilidade sustentável, está completando 200 anos. Aproveito a data para mostrar três cidades perfeitas para pedalar e dez lugares onde a experiência superou as expectativas.
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Onde pedalar? Três cidades perfeitas na Austrália e Europa
Pedalar faz bem para o corpo, para mente e para o meio ambiente. Mas a prática pode ser bastante perigosa nas metrópoles que não pensam a bicicleta como meio de transporte. E não basta apenas inserir ciclovias nos projetos urbanos, elas devem ser pensadas para ajudar e não atrapalhar o trânsito. Assim como a população (motoristas, ciclistas e pedestres) deve se respeitar mutuamente e se esforçar para mudar a cultura local. Durante as minhas viagens, conheci três cidades que conseguiram se transformar ou o espaço para a bicicleta se desenvolveu junto do contexto urbano:
200 km de ciclovias em Barcelona
Em Barcelona vi pela primeira vez um semáforo com desenho de bicicleta, hora vermelho, hora verde. Achei o máximo e quanto mais caminhava pela cidade, mais vontade eu tinha de alugar uma bici. O motivo de estar ali era para fazer um estágio, onde descobri que nenhum dos meus colegas tinha carro ou pegava metro, todos iam trabalhar pedalando ou a pé. Então percebi como eles eram felizes por terem este hábito econômico e saudável inserido na rotina. Claro que aluguei a bicicleta para explorar a cidade, trabalhar e me divertir. E isto mudou completamente meu conceito sobre as grandes cidades. Se era bom naquela época (2006), imagina hoje com 200 quilômetros de ciclovias. E ainda pode intercalar levando a bicicleta nos outros meios de transporte quando a distância fica cansativa.
400 km de ciclovias em Amsterdam
Então conheci a cidade movida a duas rodas, onde a dificuldade é andar de carro. Quem prefere o veículo, gasta uma grana para circular no centro, não encontra estacionamento e perde um bom tempo dando voltas até chegar ao destino. Quem pedala, não paga nada e chega mais rápido a qualquer ponto da cidade ou arredores. Em Amsterdam as pessoas já nascem ciclistas e nem a pior nevasca que já vi na vida impediu de se locomoverem. Mas me inibiu de alugar a bicicleta e pedalar em um dos cenários mais legais do mundo. Se os locais derrapavam com frequência, eu me imaginei batendo na grade e voando para um canal congelante. A experiência ficou para a próxima ida, desta vez, me contentei por clicar uma das minhas fotos preferidas.
700 km de ciclovias em Perth
A melhor e mais extensa ciclovia do mundo fica na Western Australia e não se limita à Perth. Passando os limites da capital, é possível pedalar por, pelo menos, mais 40 km em qualquer direção. Para oeste tem o mar, mas basta pegar o ferry e continuar pedalando em Rottnest Island. Ciclovias protegidas correm paralelas à maioria das rodovias e linhas de trem, todos os parques e praias estão conectados e também pode levar a bicicleta em qualquer meio de transporte. Inclusive, existem programas de incentivo para moradores trocarem as quatro pelas duas rodas.
Onde pedalar? Passeios de bicicleta em todos os continentes
1. Atacama, Patagônia e Vale de Colchagua – Chile
A maioria dos passeios interessantes do Atacama não exige grande esforço físico. Portanto, escolher roteiros de bike é a melhor pedida para os não sedentários. Os cenários são incríveis e ganham uma emoção extra sob duas rodas. Recomendo o Vale de Catarpe.
Pedalar na Patagônia não é fácil por conta do vento, mas possível com conforto desde o surgimento das e-bikes. Fiz minha primeira bike trip por 210 km, em 5 dias, ao redor do Parque Nacional Torres del Paine e deu tudo certo com paisagens espetaculares de brinde.
Pedalar entre vinhas centenárias e montanhas do Vale de Apalta já é um belo passeio pelo Vale de Colchagua. E fica melhor quando encontramos uma mesa e cadeiras montadas para um piquenique em grande estilo. Leia a experiência completa neste artigo.
2. Bogotá y Región Central – Colômbia
Pedalar é esporte nacional na Colômbia e a sua capital possui uma das maiores redes de ciclovias do mundo, atualmente com 590 km. São 30 opções diferentes de percursos para fazer por contra própria ou contratar um tour nos trechos proibidos para carros durantes os domingos. Os mais aventureiros, podem descer a Cordilheira dos Andes em mountain bike ou explorar os arredores da capital.
3. Rocha – Uruguai
Praticamente toda a extensão territorial do Uruguai é plana e um convite a pedalar por suas estradas. Não foram poucos os viajantes que cruzaram o meu caminho enquanto atravessavam o país ou tinham a Patagônia como destino. Sempre que sobrava espaço no carro, eu levava a minha bicicleta para percorrer todo o Parque Santa Teresa e cidades vizinhas na minha magrela.
4. Soweto – África do Sul
Conhecer uma favela de bicicleta é único, se for um lugar tão cheia de histórias ainda latejantes como no Soweto, é emocionante. Leia a experiência completa neste artigo.
5. Vêneto – Itália
Se as metrópoles mencionadas acima tem as melhores ciclovias, as estradas italianas são as preferidas dos ciclistas atletas. Vi dezenas pela janela toda a vez que peguei a estrada em carro ou trem. A minha experiência foi um roteiro por Pádua, onde as ruas de pedra sacodem todo o corpo, mas te levam para uma volta ao passado medieval.
6. Tjörn – Suécia
Com pouquíssimos dias de verão durante o ano, os suecos tratam de aproveitar muito bem os ambientes ao ar livre. Alugar bicicleta é muito comum foi um dos meios de transporte do The World’s Sweatiest Art Tour (tour de arte mais suado do mundo).
7. De Villiers ao Chasseral em bicicleta
Os colaboradores também curtem a ideia de pedalar e trouxeram histórias curiosas e divertidas. Gabriela viajou de uma cidade a outra na Suíça em bicicleta e conta nesse artigo.
8. Gili Islands – Indonésia
Bicicleta é o meio preferencial de transporte em Gili Trawangan. A ilha tem apenas sete quilômetros de diâmetro facilmente percorridos em uma hora. O ideal é fazer com calma, parando nos lugares para fotografar ou curtir a praia. Todos os bares têm local para estacionar e alguns até manobrista.
9. Rottnest Island – Austrália
A ilha em frente a Perth tem cenários paradisíacos e um bichinho icônico esperando em alguma esquina. Os quokkas são um tipo de canguru que pede comida e adora tirar selfies. Mas alimentá-los e tocá-los é proibido e tem multa. A aproximação deve ser cautelosa. Leia a experiência completa em Rottnest Island (foto destaque) neste artigo.
10. Arizona e Sarasota – Estados Unidos
Circular ao redor do maior cânion do mundo ganha vento na cara e uma dose extra de adrenalina sobre duas rodas. Leia a experiência completa no Grand Canyon neste artigo.
Agustin comprou uma bicicleta de um mendigo nos Estados Unidos e relato como aproveitou a cidade aqui.
11. Cicloturismo no RS e RJ – Brasil
Lomba Grande, em Novo Hamburgo (RS) é ótimo para começar no esporte pela variedade de terrenos desde os fáceis aos difíceis, além de fazer parte do Circuito Cicloturismo Rota Romântica e Vale Germânico. Já no sudeste, Leandro quase se matou descendo o morro encantando com a paisagem do Rio de Janeiro (RJ), a história ele escreveu nesse texto.
E, afinal, quem inventou a bicicleta?
O inventor alemão Karl von Drais desenvolveu uma alternativa econômica ao cavalo chamada draisiana. Em 12 de junho de 1817, ele saiu correndo em cima de uma máquina de madeira (com um tipo de selim e rodas) e deu início à história da nossa querida magrela. Pedais, pneus e acessórios vieram décadas mais tarde e seguem sendo aperfeiçoados até hoje. Leia a história detalhada na matéria da DW
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