DICAS AOS VIAJANTES

Galápagos e as dicas para montar a viagem


Galápagos era um sonho antigo e quase ficou de fora da minha segunda viagem ao Equador pelo alto custo. Então a amiga Ana Duék topou dividir hospedagem e fazer um roteiro mais econômico em terra, mas as passagens aéreas ainda eram proibitivas… até surgir uma promoção. Neste artigo trago as informações para planejar um roteiro pelas ilhas Galápagos e dicas para equilibrar o custo-benefício de tirar férias em um paraíso preservado.

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As ilha Galápagos, Equador

O arquipélago Galápagos é um conjunto de ilhas únicas por abrigar espécies de animais endêmicos e rica fauna marinha. De formação vulcânica, seus territórios ainda crescem conforme as erupções (os vulcões mais ativos do mundo estão ali) e foram importantes temas de estudo na teoria de seleção natural na evolução das espécies, do naturalista Charles Darwin. Elas são tão especiais que 97% da área foi declarada como parque nacional em 1959, além de ser Reserva da Biosfera e Patrimônio Mundial da UNESCO.

Ilha Isabela, a maior de Galápagos
Área urbana da Ilha Isabela

Nos outros 3% de área terrestre há uma boa infraestrutura para receber o turista, mas o roteiro deve ser muito bem planejado porque a fama de destino caro procede assim como a grande procura por estrangeiros na alta temporada. Para proteger esse paraíso, o Governo do Equador limitou a visitação em 20.000 turistas ao ano e cobra taxas significativas.

O que precisa para visitar Galápagos

  1. O primeiro passo é procurar passagens aéreas a partir de Quito ou Guayaquil para Baltra ou San Cristobal, as duas ilhas com aeroporto. Também precisa decidir quais ilhas visitar porque é impossível passar por todas na mesma viagem. A capital fica em San Cristobal, mas a maior cidade está em Santa Cruz, situada a uma curta travessia de lancha de Baltra. Se optar por fazer um cruzeiro, deve verificar o local de partida.
Desembarque do aeroporto de Baltra, o ecológico de Galápagos
O primeiro aeroporto ecológico do mundo porque mais de 75% dos materiais utilizados foram reciclados do prédio anterior e 100% da energia necessária para operar vem de fontes renováveis
  1. Então é recomendado contratar os passeios e hospedagem com antecedência, principalmente, entre os meses julho e agosto (alta temporada por ser férias no hemisfério norte). Em maio estava tranquilo, porém, os locais disseram que os turistas estavam com receio de viajar para o Equador pelas notícias recentes, geralmente é mais movimentado o ano todo.

Quanto aos documentos, pode entrar no país com a carteira de identidade ou passaporte, sendo certificado internacional de febre amarela obrigatório, embora não tenham pedido.

Procedimentos pré-embarque e chegada

  1. Um dia antes do embarque para as ilhas, deve preencher o registro para agilizar o processo no aeroporto. O balcão TCT (Tarjeta de Control de Tránsito) pode ter filas se fizer na hora e há risco de perder o voo. Mesmo preenchido antecipadamente, deve passar para pagar a taxa de 20 dólares. Como havíamos feito antes e estava vazio, foi muito rápido.
  1. Ao desembarcar em cada ilha, sua bagagem sempre vai passar por raio-x e pode ser revistada, é proibido levar qualquer material orgânico. Alimentos devem estar em embalagens industrializadas e não aconselharam levar minha erva-mate, mesmo em pacote lacrado, por ter origem em uma planta.
Carimbo do Parque Nacional Galápagos
  1. No primeiro desembarque, deve pagar a taxa de proteção ambiental de 100 dólares, felizmente residentes do Mercosul pagam 50%. Atente que a taxa vai dobrar de valor a partir de setembro de 2024 e todas as taxas devem ser pagas em papel-moeda. Neste momento, o fiscal pergunta se quer carimbar o passaporte. Já escrevi um artigo sobre ser arriscado os carimbos de atrativos turísticos por não serem oficiais. Ofereci meu caderno de anotações e ela carimbou ali, sugiro fazer o mesmo.
Mulher branca com snorkel mergulha em água verde transparente de Galápago, rochas e pássaros ao fundo
Praticando snorkel feliz com a quantidade de vida-marinha
  1. Ao passear pelo Parque Nacional Galápagos, algumas regras devem ser seguidas como não tocar ou alimentar os animais e manter uma distância de 2 metros; não retirar nada da natureza; fazer registro de entrada e respeitar os atrativos com exigência de guia.

Segurança e imprevistos

Contrariando a divulgação da mídia, acho o Equador seguro quando comparado ao Brasil. A violência atual está concentrada na costa, em cidades como Guayaquil, e em alguns bairros da capital Quito, como acontece em qualquer metrópole. Nas Ilhas Galápagos, todos se conhecem e a tranquilidade impera. Andei sozinha de dia e de noite, nas trilhas e nas ruas do centro, sem qualquer receio.

O imprevisto que pode acontecer é ter algum acidente na natureza ou durante encontro com os animais selvagens, principalmente se for negligente como se aproximar demais dos bichos ou se apoiar nas rochas durante o mergulho. Nesses casos também fique tranquilo, tanto Isabela quanto Santa Cruz têm hospitais, apenas recomendo contratar o seguro viagem para ter uma assistência emergencial e não arcar com as despesas extras.

Caminhos demarcados para trilhas são cheios de manzanillo em Galápagos
Caminhos demarcados para trilhas são cheios de manzanillo

Algumas dicas de saúde

Não beba água sem ser mineral, inclusive os hotéis oferecem água filtrada até para escovar os dentes, porque é comum turista passar mal ingerindo da torneira.

Cuidado com a árvore manzanillo, estão por toda parte e são consideradas umas das mais venenosas do mundo, tanto a folha quanto o fruto. Há placas sinalizando e pessoas avisam, identifique e não chegue perto, nem para aproveitar a sombra na trilha.

Qual é a melhor época para ir à Galápagos?

A viagem vale a pena o ano todo conforme as suas preferências. Deve considerar a temperatura da água que é mais agradável entre dezembro e maio. Se o motivo principal for observar animais, há mais oportunidades entre junho e novembro, já entre julho e agosto é considerado alta temporada com maior movimento de turistas e preços inflacionados. Para aproveitar as paisagens, o clima não muda muito por estar na Linha do Equador, sendo ensolarado e com pouco vento a maior parte do tempo.

Galápagos onde fica no mapa

As Ilhas Galápagos estão localizadas no Oceano Pacífico, distantes cerca de 1000 km a oeste da costa da América do Sul, e pertencem ao Equador. No mapa os pontos por onde passei e aeroportos.

Como ir para Galápagos do Brasil?

Atualmente, não há voos direto do Brasil para o Equador, é preciso um voo para Quito com escala em Bogotá, Lima ou Cidade do Panamá, então outro voo para um dos aeroportos de Galápagos.

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Meu roteiro e quanto tempo ficar em Galápagos?

Seis dias foram suficientes para visitar os principais atrativos de Santa Cruz e Isabela, as duas maiores ilhas, mas são várias e alguns animais são encontrados somente em locais específicos. Residentes recomendaram 2 semanas como o ideal unindo cruzeiro e passeios por terra.

Fiquei três dias em cada ilha, privilegiando os passeios por terra e o contato com locais. Poderia ficar mais tempo na Ilha Isabela só curtindo a natureza disponível sem custo. Afinal, sonhava com Galápagos pelos animais únicos e eles estavam por toda a parte, o que surpreendeu foram as praias de temperatura agradável e águas cristalinas. Os links levam para artigos sobre cada ilha.

Puerto Ayora, em Galápagos
Puerto Ayora, em Santa Cruz

Cruzeiro ou ilha como base?

O tema é controverso e a melhor resposta é de quem já fez os dois como a Ana. Ela disse serem viagens diferentes e complementares, tudo o que ela fez comigo foi novidade e não estava no roteiro do cruzeiro.

Os cruzeiros são mais caros e só convive com os tripulantes e outros turistas. Por outro lado, são confortáveis, têm refeições e muitos passeios inclusos, não precisa se preocupar com o roteiro e tem acesso as ilhas e locais exclusivos para essas embarcações. Pode ser ruim para quem enjoa com facilidade, neste caso alguns possuem hotéis próprios onde o passageiro dorme em terra firme todas as noites e pega o barco para passeios durante o dia. A bordo de um navio e saindo nos botes, há mais chances de encontros com animais como baleias e orcas. Uma dica na hora de escolher a embarcação é verificar quais animais são prováveis de ver no roteiro.

Quem defende o ficar baseado em terra como melhor é por conviver com os locais, ter liberdade para mudar o roteiro e escolher serviços mais em conta para equilibrar o orçamento. Adorei ficar em terra, mas cogito fazer um cruzeiro um dia (leia o relato da Ana no Viajar Verde).

Quanto custa ir para as Ilhas Galápagos?

Caro ou barato é relativo conforme o seu orçamento e exigências, o lado bom é ter opções para todos os bolsos como os exemplos a seguir.

Um cruzeiro de luxo não sai por menos de 1 mil dólares por dia e por pessoa, enquanto os mais simples são a partir de 300 dólares, assim como as excursões de um dia para as outras ilhas ficam entre 200 a 400 dólares por pessoa. Já os passeios terrestres ou transporte em lancha rápida para as ilhas vizinhas custam 50 a 60 dólares ou até 150 dólares se for o dia inteiro ou transporte em avioneta. Mas há várias atividades para fazer sem custo, como aproveitar as praias, algumas trilhas, as lagoas na zona urbana e o Centro de Pesquisa Charles Darwin, na Ilha Santa Cruz. Pode alugar uma bicicleta ou equipamento de snorkel e se divertir por conta própria.

Hospedagem tem desde hostel por 15 dólares e pousadas confortáveis por 40 dólares próximos ao centro de Puerto Ayora ou Puerto Villamil, respectivamente em Santa Cruz e Isabela. Se busca conforto com serviços exclusivos e vistas privilegiadas, as duas ilhas também têm ótimas opções entre 200 e 600 dólares a suíte.

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Casita de la Playa, pousada pé na areia em Isabela
Casita de la Playa, pousada pé na areia em Isabela

Encontrei menus turísticos (prato principal, suco e entrada ou sobremesa) a partir de 6 dólares no almoço e 10 dólares no jantar e até por menos indo para o centro das ilhas. Mas também experimentei restaurantes sofisticados, com menu a partir de 45 dólares, valendo pela experiência e custando menos que muitos estabelecimentos semelhantes no Brasil.

Prato com atún e plátano no The Finch
Atún e plátano no The Finch
Pipoca no mercado, culinária equatoriana
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Leia: o que e onde comer no Equador (em breve atualizo com os novos restaurantes visitados)

O padrão da passagem aérea entre Quito e ilhas Galápagos é R$ 3 mil. Com datas flexíveis e pesquisa, foi possível encontrar por R$ 1 mil para viajar em maio de 2024. Mas acabei pagando só R$ 294 das taxas por usar milhas. Na época, o custo para comprar as milhas necessárias era R$ 1 mil, mas eu havia juntado do cartão de crédito e o custo foi zero para transferir. Viu como dá para economizar na viagem a Galápagos?

Como levar dinheiro para Galápagos

Assim como em todo o Equador, a maioria dos estabelecimentos aceita somente dinheiro em efetivo e trocado (veja aqui o problema de levar U$ 100), só os mais caros ou grandes redes aceitam cartão. Por outro lado, é muito fácil encontrar caixas eletrônicos (ATM) para sacar dinheiro, desde o aeroporto de Quito até nas zonas urbanas de Isabela e Santa Cruz. Cheguei a Quito apenas com meu cartão Wise e saquei antes de descer em Galápagos.

Dica para economizar, Wise não cobra para sacar até R$ 1400 por mês, mas os caixas cobram e as taxas variam de U$ 1,5, no Banco Guayaquil, a U$ 5 no Banco Pichincha.

Apenas não desembarque nas ilhas Galápagos sem papel-moeda suficiente para pagar as taxas, água mineral e primeiros transportes (para sair do aeroporto deve desembolsar U$ 5 para o ônibus Lobito, U$ 1 para o barco-táxi atravessar o canal Itabaca e entre U$ 5 e U$ 25 de transfer até Puerto Ayora ou outro destino, valores em 2024).

Outra opção é contratar um receptivo local que aceite pagamento em cartão, como fiz com a Neotropic Expeditions antes de sair do Brasil. Eles organizaram os transportes entre as ilhas, os passeios em Santa Cruz e duas hospedagens, além de várias dicas para aproveitar as ilhas.

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Inscrição para participar da viagem

O que levar nesta viagem

Alguns animais selvagens das Ilhas de Galápagos

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Roberta Martins

Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 18 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram

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