Contemplativos ou relaxantes são a maioria dos passeios no Atacama. Mas quem gosta de caminhar pode encontrar trilhas surpreendentes e paisagens impensáveis como na Quebrada de Kari. Além de ver os picos irregulares da estrada, seguir o leito seco de um rio de sal por dentro de um cânion foi uma das trilhas mais diferentes que eu já fiz e entre os tours mais interessantes da região.
Quebrada de Kari é o nome do desfiladeiro e da trilha, de dificuldade média, com o objetivo de cruzar toda a Cordilheira de Sal em um trecho do Valle de La Luna. É um desses lugares únicos no mundo, protegidos e em constante transformação que eu tenho o prazer de mostrar por aqui.
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Como foi a trilha Quebrada de Kari
A van nos deixa em um ponto alto com extensa visibilidade para o Valle de La Luna. Ali o guia mostra por onde vamos passar e explica as dificuldades do percurso de 4,9 km. O começo é ruim para quem tem medo de altura porque caminhamos ao lado de um penhasco, mas logo vem o declive brusco e seguimos por baixo até o final.
A descida é na areia fofa como se estivéssemos em uma grande duna na praia. Com bota de trilha e calça comprida não é nada fácil sentir a areia entrando por todos os buracos até a panturrilha. O guia ainda ensinou uma técnica de pisar primeiro com o calcanhar para descer com agilidade, no entanto, sentar pra tirar a areia de dentro das meias é obrigatório ao final.
O chão fica firme e brilha por causa do reflexo da luz no sal misturado na terra. Então alcançamos o inesperado, pelo menos pra mim, sabia apenas da caminhada por dentro de um cânion como já fiz outras vezes. Na verdade, seguimos o curso de um rio responsável por abrir cavernas e cânions no meio da Cordilheira de Sal. Um antigo rio salgado, inexistente na maior parte do ano, deixa marcas bastante visíveis de beleza e destruição por onde passa.
Ele surge como uma rápida inundação quando chove e seca dias depois deixando um rastro branco de sal e incríveis esculturas parecidas com corais do fundo do mar. O guia chamou de coral de sal e contou ser a fragilidade deles o principal motivo da necessidade de preservação do lugar. É muito fácil pisar em cima e destruir tudo, por isso, todos os guias com permissão de levar grupos (é restrito) combinaram passar sempre pelo mesmo trajeto com o maior cuidado possível.
Encontramos os corais no meio do caminho quando as paredes estão bem altas, as curvas são frequentes e os espaços estreitos. Um pouco antes se observa o início da formação do cânion e a sua elevação irregular e constante. Os obstáculos eram as cachoeiras imaginárias – de dois ou três metros de altura onde era preciso descer com atenção e apoio dos guias – e os espaços onde a pequena aqui precisou entrar de lado ou abaixar a cabeça.
Perto do final as paredes diminuem na altura até alcançarmos a planície e ver o curso de sal branco brilhando na paisagem. Então deixamos o rio de lado pra subir na colina onde o carro do hotel nos esperava.
Curiosidade
Existe vida neste ambiente inóspito. Encontramos insetos pré-históricos, segundo os guias, e vômito de pássaro com ossada de algum animal pequeno. Pássaros levam suas prezas pra lá a fim de comer em paz.
Cordilheira de Sal (Cordillera de la Sal) é formada pela acúmulo horizontal de finas camadas de sal, areia e argila que foram destruídas por terremotos. A ação do vento e água em milhares de anos criaram esta sequência de picos no norte do Chile.
Quem leva para Quebrada de Kari
Alto Atacama é um hotel com entorno incrível, fica dentro de um vale no meio do Atacama. O sistema é all inclusive com spa ao ar livre e tours personalizados como este.
Os guias levam lanche de trilha e bebidas que podemos pedir quando der fome. E levar a garrafa do hotel com água é essencial para se manter hidratado.
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Tome Nota Quebrada de Kari
Quebrada de Kari é um passeio de meio dia exclusivo para poucos guias cadastrados e nem sempre estará aberta aos turistas, depende do estado de conservação e previsão de chuva. Com altitude máxima de 2650 metros, não necessita aclimatação. Fiz quando estava hospedada no Alto Atacama e éramos as únicas pessoas por lá. Se tiver oportunidade, não deixe de fazer.
Fique em silêncio para escutar como o sal cristalizado se contrai e expande com as mudanças de temperatura.
Use roupas confortáveis conforme a estação do ano, corta vento e óculos de sol. Fiz no inverno em um dia de temperatura agradável. Não senti nem frio nem calor com blusa segunda pele e corta vento.
Fotos de Roberta Martins e Gardênia Rogatto.
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