Encontrei uma pesquisa explicando os sonhos pandêmicos que ajudaram a entender como os meus sonhos hiper fantasiosos viraram realistas durante a pandemia. Obviamente, tem viagem na história além de trechos do estudo.
Você tem sonhos pandêmicos? Eu tenho, mas longe de ser negativo como pode pensar ao ler o título, são um alívio nesses tempos incertos. Meus sonhos não são pesadelos, ao contrário, têm sido literalmente viagens diferentes a cada adormecer. Igual à rotina que eu costumava ter ao explorar uma cidade pela primeira vez.
Meus sonhos em tempos de pandemia
Os centros urbanos movimentados e lotados de moradores e turistas sem máscaras ou qualquer sinal de crise sanitária. Carrego uma mochila, tenho a câmera em mãos, tiro fotos, experimento comidas, converso com desconhecidos e percorro ruas a pé observando todos os detalhes.
O curioso é nunca conseguir identificar nenhum desses lugares mesmo tendo visitado várias metrópoles pelo mundo, deve ser a minha mente misturando todas e criando cenários únicos para me confundir.
Sempre tive sonhos divertidos e meio impossíveis. Antes da pandemia eram mais fantasiosos dignos de um belo roteiro cinematográfico de ficção ou comédia. Acredito que eu misturava o que via nos filmes ou lia nos livros com as minhas experiências e exagerava na criatividade. Nos últimos meses eles têm sido bem realistas, possíveis e rotineiros. Inclusive, por vezes desperto sorrindo, percebo que ainda estamos vivendo no pesadelo da pandemia e fecho os olhos tentando pegar no sono de novo para cair na continuação da história. Outras vezes acordo empolgada porque o pior já está passando e logo será a minha realidade novamente.
Enfim, notei essa mudança brusca no conteúdo dos meus sonhos, tenho analisado eles e imaginei ser o meu inconsciente desesperado para voltar a viajar sem receio de aglomerações. Então uma notícia na Internet chamou minha atenção hoje: “Saiba como os sonhos têm sido influenciados pela pandemia de Covid-19”.
A matéria da CNN Internacional confirma como o fardo do meu momento atual é ínfimo comparado aos traumas de quem viveu a doença bem de perto ou à realidade dos profissionais da linha de frente desta batalha. Afinal, perdi alguns conhecidos e escuto a angústia dos amigos, mas não fiquei doente ou convivi com a doença.
A análise dos sonhos pandêmicos
O artigo é uma entrevista com a psicóloga Deirdre Barret que tem coletado relatos de sonhos e pesadelos desde o ano passado. Já são mais de 14 mil sonhos pandêmicos de 76 países e uma constatação triste para as mulheres: apenas para nós as emoções negativas aumentaram durante a pandemia, para os homens não fizeram diferença.
Deirdre Barret analisa há décadas a contribuição dos sonhos para a criatividade e a resolução de problemas. Tendo coletado informações após o 11 de setembro, durante a primeira Guerra do Golfo e acesso aos relatos de prisioneiros dos campos nazistas da Segunda Guerra Mundial, ela percebe semelhanças entre a situação atual e crises passadas.
“Analisei sonhos muito semelhantes em todo o mundo, mas na maior parte do tempo eles coincidiram com a piora dos surtos de Covid-19 numa região ou quando as diretrizes para o público mudaram.”
“À medida que o mundo começou a se abrir, ocorreram algumas mudanças bastante significativas na proporção de sonhos que as pessoas estão relatando. Comecei a ver sonhos mais positivos e otimistas.”
E os sonhos otimistas são justamente sobre o estar de volta à aglomeração e às atividades favoritas como relatei acima. No início da pandemia eram motivo de tristeza ao acordar por ser algo que não podia mais acontecer, desde o anúncio da eficácia das vacinas os sonhos positivos começaram a aumentar.
“Foi realmente impressionante que o sonho pudesse ser o mesmo dos primeiros meses, mas agora as pessoas acordam felizes. O sonho trouxe uma animação como se fosse um presságio de um futuro…”
Me identifiquei com a parte leve da entrevista e decidi compartilhar o meu sonho pandêmico por aqui. E você, também tem sonhado com viagens ao deitar a cabeça no travesseiro?
Foto destaque dormindo ao som de água corrente na Serra da Mantiqueira.