Já falei em outros textos o quanto gosto de viajar de trem. Talvez seja a nostalgia, talvez o ritmo mais lento que nos permite observar e sentir a paisagem. No Brasil, esses passeios costumam ser históricos e charmosos, com vagões antigos e vistas bucólicas. Mas ano passado surgiu uma novidade: o Trem do Pampa. Uma locomotiva compacta, moderna, confortável e com uma proposta deliciosa: unir vinho, história e os cenários da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Já começo dizendo que essa experiência vale cada segundo — e cada gole.
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Um brinde sem culpa
Fiz um roteiro parecido de carro 4 × 4 há alguns anos. Foi divertido, sem dúvida, porém, quem dirigiu ficou de fora das degustações. Além disso, lembro bem da nossa conversa com a historiadora Vera Albornoz, contando com saudade de quando era comum embarcar dali até Montevidéu de trem. Era prático e muito mais confortável do que pelas estradas rumo a Porto Alegre. Com o passar do tempo, o cenário mudou e, infelizmente, os trilhos foram desativados, mas um trecho foi revitalizado.
Ainda não é uma viagem de trem, mas é um passeio perfeito para visitar vinícola sem se preocupar em dirigir. Tendo viajado nos modernos trens da Europa, só consigo pensar como seria incrível ter essa possibilidade aqui no Brasil.
Trajeto do Trem do Pampa
O Trem do Pampa sai da Estação Central de Santana do Livramento e percorre cerca de 3 horas pelos campos da Campanha Gaúcha. A bordo, apresentações culturais ajudam a entrar no clima da região, mas são as vistas que dão o charme — com destaque para o Cerro Paloma.
Para quem faz questão de conforto, a infraestrutura surpreende: janelas panorâmicas, ar-condicionado, assentos reclináveis e banheiros. Parece pouco? Não quando se pensa no padrão dos trens turísticos brasileiros. Esse é o primeiro veículo leve sobre trilhos produzido pela Marcopolo Rail — ou seja, tecnologia brasileira finalmente nos trilhos.
Vinho, cultura e Free Shop no passeio de trem
Entre uma história e outra contada pelo guia, vem o momento que todos esperam: a degustação de vinhos e suco de uva. Tudo produzido ali mesmo, com o selo de Indicação de Procedência (IP da Campanha Gaúcha) — a segunda maior produtora da bebida alcoólica no Brasil.
Depois do trajeto pelos pampas, a parada final é na Vinícola Almadén, uma das pioneiras da região e parte do Miolo Wine Group. Aliás, além de entender o processo de produção, dá para comprar rótulos diretamente no primeiro Free Shop de vinhos brasileiros. Sim, você pode levar suas garrafas preferidas com preços especiais.
Tome Nota
O passeio acontece às sextas e sábados, com saídas às 13h30 e 14h, partindo da Estação de Santana do Livramento.
Estação de partida: na rua Ten. Aníbal Benévolo, 279, no bairro Divisa.
Se fizer o passeio na sexta-feira, talvez possa combinar com o Dia Épico da Vinícola Guatambu, que geralmente acontece um sábado por mês em Dom Pedrito.
Hospedagem em Santana do Livramento: o hotel onde já fiquei algumas vezes com a minha família e recomendo é o Jandaia Turismo. Na última vez, tinha 10% de desconto no programa Genius. Se tem o benefício, basta clicar no link e confirmar se está logado na sua conta.
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