Hora de levantar acampamento e começar a descida, mas antes fomos explorar mais um pouco a superfície do platô.
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Dia 5 O caminho de volta
Temos uma longa jornada pela frente, mais curta que ontem, entretanto, mais difícil por ser descida. Além do trajeto ser o mesmo que levamos 2 dias para subir, cerca de 15 km. O objetivo é chegar no acampamento Tek, 1600 metros para baixo.
Primeira parada: as Jacuzzis. Formações rochosas criaram pequenas piscinas com água transparente e cristais de quarto branco. Lugar onde os mais corajosos se banham e o cenário é incrível para fotografias, poderia ficar horas por aqui se tivéssemos mais tempo.
Próximo à descida notamos que havia visibilidade para o tepui vizinho, paramos na Janela para o Kukenán e nos despedimos do topo. Já havíamos passado por esse trecho abaixo de chuva e neblina, agora tudo estava mais bonito com as flores coloridas e o sol brilhando.
Antes de adentrar nas nuvens que circulavam o tepui, um pouco abaixo do topo, passamos pelos guardiões e agradecemos Makunaima pela excelente jornada. Segurem a curiosidade, pois esses detalhes virão no post sobre as lendas da montanha…
Avistei o Passo das Lágrimas com grande alívio, o vento estava calmo, não tinha chovido e caiam apenas pingos sem força. Mesmo assim grudei no guia e fui com cuidado. Passou rápido e sem contratempos. Quem estava carregando a mochila achou essa parte da volta a mais difícil, eu também achei, mas na subida com chuva. A sensação de dificuldade muda de pessoa para pessoa, contudo, todos acharam o Passo das Lágrimas o mais tenso.
Entramos na mata fechada e relaxei com aquela energia boa, a mesma que tinha sentido no início, agora com gostinho de conquista. Peguei a câmera pequena e fui registrando as flores mais bonitas que encontrei no caminho. Os trechos que antes precisava força para subir, agora me deixava escorregar ficando muito suja.
Parada para almoço no acampamento base e pernas para que te quero! A partir desse momento o cenário muda e escorregar é uma questão de tempo. Com o corpo cansado, os cascalhos eram o maior desafio da savana. Cai algumas vezes, ria, levantava e continuava.
Devagar passava por alguns lesionados, com pé machucado ou joelho torcido, mas felizes por terem sido conquistados pela montanha. No final da tarde cruzamos os rios e, no último, tirei a poeira com um banho renovador. Já estava no terceiro dia só com lencinhos umedecidos e nem dei bola para água gelada.
Era noite de réveillon e brindamos nossa conquista com suco em pó, cerveja light e goiabada. A virada passei dormindo, antes das 21 horas já estava olhando para a barraca caindo de sono.
Boa noite e amanhã termina nossa jornada.
Dia 1 – Dia 2 – Dia 3 – Dia 4 – Dia 5 – Dia 6. Leia sobre o preparo físico e o que precisa levar na mochila.
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2 Comments
Obrigada Ana Luiza : )
Me inspiro quando vejo “sex” fazendo trilhas, quero ter esse pique pra sempre. É muito bom, né?
Maravilhoso relato. Lembrei do nosso grupo de sex (sexagenárias) Estava tão cansada que propus descer um dia antes para dividir o percurso. Depois, um dos amigos também fez essa proposta. Valeu a pena modificar um pouco no nosso caso. Fiquei encantada com o seu jeito de escrever tão fiel ao lugar. Parabéns! Abraço, Ana Luiza