Agradecendo a Makunaima Foto da Semana #123

Hoje a foto é minha, mas o texto é de um dos meus companheiros de viagem na Expedição Monte Roraima. Acho que ele também foi conquistado pela montanha. Leia suas impressões.

Agradecendo a Makunaima

Por Eden Picão Gonçalves

Quando disse que aquele era meu primeiro trekking, o grupo que me acompanharia advertiu que seria ao estilo “ame-o ou deixe-o”. Aquilo me assustou, mas estavam certos, porque assim foi. Hoje digo convictamente que o Monte Roraima tem de mim um eterno amor.

O turbilhão de paisagens indescritíveis, somado ao cansaço diário da trilha, talvez não tenham me deixado perceber imediatamente toda a importância daquilo que eu estava vivenciando, mas, ao refletir um instante, percebo que é impossível desvincular daquela natureza intocada a energia que ela guarda. Ali, sobre o amontoado de pedras pré-históricas, vê-se que só as nuvens tem pressa, enquanto todo o resto está parado no tempo.

Sejam quais forem suas convicções religiosas ou filosóficas, escutar as lendas locais e perceber a relevância cultural delas nos ensina algo sobre respeito às diferenças. Ainda, entender a história de vida parecida de todos aqueles índios que ajudam ao longo da caminhada – e até zelam silenciosamente pela nossa segurança – também nos dá uma lição sobre força e perseverança, e repisa a necessidade de proteger a grande montanha plana – a casa deles.

Ir ao Monte Roraima é muito mais que experimentar um desafio físico, é, sim, desvendar a si mesmo sobre tudo que a natureza e sua força significam. É certo que, ao descer o Monte, ao molhar-se no Passo das Lágrimas, apesar dos joelhos doídos e algumas bolhas nos pés, você estará pensando de uma maneira diferente sobre a vida e agradecendo a Makunaima a oportunidade daquela viagem inesquecível.

Eden e Livia nas jazuzzis do Monte Roraima, Venezuela - Brasil — Eden e Livia nas jazuzzis do Monte Roraima, Venezuela – Brasil

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