Voltei a Rota das Emoções e foi corrido de novo, mas fiz passeios diferentes e me atualizei sobre os três destinos: Parque Nacional de Jericoacoara (CE), Área de Proteção Ambiental do Delta Do Parnaíba (PI e MA) e Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA). Jeri, Delta e Lençóis estão cada vez mais famosos e com melhor estrutura para atender o turista. Isso tem impulsionado os roteiros complementares como Cruz, Camocim, Chaval, Cajueiro da Praia, Luis Correia, Ilha Grande e Tutóia. Cidades incluídas na última viagem.

O tempo mínimo recomendado são dez dias e montei um roteiro baseado nas duas viagens. Porém, o ideal seria cinco dias em cada Estado para aproveitar sem correria. Quem tem tempo, pode ficar meses porque atividades e cidades interessantes não faltam nos cerca de mil quilômetros da Rota das Emoções.

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Rota das Emoções, o roteiro de 10 dias

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Rota das Emoções
O em comum de Jeri, Delta e Lençóis (na ordem inversa)

Dia 1 — Cruz e Jericoacoara

Quem chega no voo direto para Jericoacoara, na verdade, pousa em Cruz, município vizinho com atrativos oferecendo condições ideais para aprender kite surf. Se esta é a sua praia, tire uns dias em Preá e conheça escolas como a MH Kite School, dentro do resort Rancho do Peixe. Caso contrário, passe para ver a paisagem com os esportistas no mar e organize-se para chegar a Vila de Jericoacoara antes do pôr do sol. Assistir ao espetáculo na Duna Pôr do Sol é passeio obrigatório.

Coloque o chinelo de dedo e fiquei à vontade para caminhar no centrinho, ver as lojas de artesanato e aproveitar a gastronomia. Um dos pratos típicos é camarão no abacaxi, deliciosamente preparado no restaurante Dona Amélia.

Dia 2 — Jericoacoara

O passeio clássico é de buggy pelo Parque Nacional de Jericoacoara. Inclui trilha a pé até Pedra Furada, selfie na Árvore da Preguiça e almoço na relaxante Lagoa do Paraíso. Aquela onde as redes ficam dentro d’água e as pessoas se exibem com parte do corpo mergulhado na água cristalina. Alguns empreendimentos oferecem estrutura para descansar, se alimentar  e praticar esportes como caiaque e stand up padlle.

No final do dia, repita a parada para ver o sol, mas vale a pena procurar novos ângulos em diferentes pontos da praia Principal. Depois, continue curtindo a Vila de Jericoacoara.

Instante vazio na Pedra Furada
Pedra Furada

Dicas

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Agora têm voos diretos para Jeri saindo de alguns destinos como São Paulo e Recife. As três capitais recebem voos diários de todos os Estados brasileiros e também são a porta de entrada para diversos voos internacionais que chegam direto da Europa.

[Atualizado em 2021] A cobrança de taxa de turista para entrar em Jericoacoara é R$ 30 por semana de permanência na cidade, para pessoas entre 13 e 59 anos. Moradores e trabalhadores da Vila não pagam. Assim como portadores de deficiência, idosos e crianças de até 12 anos. Após esse período estipulado será cobrado R$ 3 por dia extra. O pagamento antecipado pode ser feito através do site: www.jijocadejericoacoara.ce.gov.br.

Dois dias é muito pouco tempo para tudo o que o destino oferece. Talvez uma semana seja o ideal para curtir as praias, descobrir todas as lagoas e aproveitar a gastronomia. 

Onde comer:
– Dona Amélia funciona diariamente para almoço e jantar na Rua do Forró, 440.
– Sítio Paraíso Lagoon abre diariamente a partir das 8h até 16h na beira da Lagoa do Paraíso.

Hotel em Jericoacoara: a vila tem opções para todos os bolsos. Quem busca boa localização e estrutura, sugiro a Pousada Maxitalia onde fiquei na primeira vez. Se prefere algo mais refinado, deixo a dica da última viagem. My Blue Hotel tem um jardim bonito, piscinas e café da manhã pé na areia com vista para o mar.

Transporte: como o nosso grupo era grande, várias empresas nos levaram nos passeios e fizeram traslado entre o aeroporto, Jericoacoara, Camocin e Chaval. Foram elas: Experimente Jeri, Litoral Tur, Jeri Dunas Off Road, Jeri Off Road, Coopeturpreá, Cooperjeri, Jeri Ecoturismo e Extremo Nordeste.

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Dia 3 — Jericoacoara  e Camocim

Hora de pegar a estrada pelas dunas até Jijoca de Jericoacoara, o caminho chacoalhado feito pela maioria das pessoas para chegar a Jeri é a melhor opção para quem vai continuar percorrendo a Rota das Emoções. Cerca de 87 quilômetros depois, fica Camocim, ainda um tesouro a ser descoberto pelos brasileiros que também exige veículo 4×4. Oferece praias isoladas, vila de pescadores, lagoas, dunas, coqueiros e hospedagens com muito estilo. 

Praia deserta em Camocim
Praia deserta em Camocim

Praia de Maceió, Barra dos Remédios, Ilha do Amor, Tatajúba e Girú são alguns dos destaques de Camocim. Infelizmente, não deu tempo de conhecer nenhuma direito porque fiz visitas técnicas neste dia. Quem está de férias pode conhecer vários em um dia com ajuda de um guia local ou ficar mais tempo para descansar. A Praia de Caraúbas é uma das mais isoladas e local onde será lançado em breve uma pousada super exclusiva.

Hospedagem em Camocin: visitei três opções e passei a noite na mais simples, por acaso a mais pé na areia das três. No centro histórico fica o Hotel de Charme Casa São José com suítes e chalés confortáveis e bem decorados (todos diferentes na proposta). A Praia de Caraúbas terá em breve o Hotel de Charme São José das Caraúbas com distinção para privacidade e personalização, os dois da mesma rede. Pousada Vila Mares, na Praia de Maceió, foi minha hospedagem por uma noite. Tem atendimento simpático, jardim no caminho para os quartos que leva até a piscina com vista para o mar.

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Dia 4 — Camocim, Chaval e Barra Grande

De volta a estrada por mais 55 km, agora rumo ao Piauí com uma última parada no Ceará, exatamente na divisa dos Estados. Chaval é onde pedras de granito gigantes se confundem com os prédios emergindo no meio da cidade. Essas formações rochosas incentivaram os moradores a subir nas rochas e alguns viram a oportunidade de um novo destino de ecoturismo. Dica para quem adora lugares pouco conhecidos com cenários deslumbrantes para explorar e fotografar.

Suba as escadarias para ter noção do tamanho das rochas e faça uma trilha em Chaval. Depois cruze a divisa de Estados e dirija por mais 51 km para chegar ao menor trecho do litoral brasileiro, especificamente na praia Barra Grande, em Cajueiro da Praia. Descanse em algum hotel pé na areia, pratique atividades no mar e curta o pôr do sol na praia.

Barra Grande
Barra Grande

Receptivo de Ecoturismo em Chaval: o guia Marcos Ryal, da Chaval Tour, me levou na Trilha da Carnaúba. Contate por e-mail: marcosryal@gmail.com.

Onde comer: dizem ser O Motão uma das melhores opções na cidade. Eu passei só para me refrescar. Na rua Anatólio Thiers Carneiro, 652.

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Dia 5 — Cajueiro da Praia e Luís Correia

Cajueiro da Praia, ao lado de Luís Correia, é outro destino praiano com lugares lindos para explorar. Aproveite o dia para visitar a Praia de Macapá, Coqueiro, Lagoa do Portinho e não deixe de fazer uma parada na Árvore Penteada. Uma árvore de tamarindo, moldada pelo vento, linda de fotografar.

Árvore Penteada
Árvore Penteada

Praticantes de kite surf, devem ficar mais uns dois dias se for entre agosto e janeiro, os meses com mais vento.

Pousadas em Barra Grande: tem várias pousadas interessantes na beira da praia. BGK Kite Camp é escola de kite com guardaria para equipamentos. Já a Pousada Manati, onde me hospedei, é mais elegante e pode ver o sol nascer da varanda do quarto se for hóspede durante o mês de junho.

Onde comer:
– Restaurante Manga Rosa serve frutos do mar frescos com tempero regional e astral aconchegante. A decoração rústica mistura estilos e os pratos são deliciosos. Adorei as saladas e o peixe servidos com manga como ingrediente. Na rua Pontal da Barra, 232.
– Bar Pé de Vento é o restaurante com vista para o mar dentro da Pousada BGK. Local do almoço delicioso com frutos do mar e um cardápio de coquetéis interessantes. Também oferece açaí e sorvete pra refrescar. Na rua Pontal da Barra, 205.

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Dia 9 — Barreirinhas e São Luís

São várias as opções para conhecer os Lençóis Maranhenses e as comunidades ao redor. Madrugar para ver o sol nascer e iluminar as lagoas está entre as mais especiais. Após, pode fazer o Circuito Azul sem o movimento de turistas que costumam chegar depois das 9h da manhã. No trajeto vai andar de toyoteiro por estrada de terra, atravessar um rio em balsa, subir e descer dunas e por fim, tomar banho nas lagoas.

Pela tarde pode fazer outros passeios ou pegar o trecho mais longo da viagem, 254 km até a capital São Luís.

Lençóis Maranhenses
Lençóis Maranhenses

Receptivo em Barreirinhas: o pessoal da Caetês Turismo foi bem bacana e deve ser a única empresa a oferecer o Nascer do Sol nos Lençóis Maranhenses. Organizam roteiros neste lado do Maranhão.

Dizem valer a pena ficar mais uns dois dias em Atins e Santo Amaro, infelizmente, ainda não consegui visitar estes lados.

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Dia 10 — São Luís

São Luís está fora da Rota das Emoções, mas possui o aeroporto mais próximo de Barreirinhas. Aproveite para conhecer o centro histórico, provar a gastronomia e se aprofundar na cultura enquanto espera o voo para casa.

Se ainda tiver tempo, pode passar mais dois dias na capital e conhecer as cidades vizinhas como Alcântara ou prolongar para o sul do Maranhão. Nas duas viagens pela Rota emendei com quatro dias na Chapada das Mesas.

Hotel em São Luís: Stop Way tem ótima localização perto da praia, café da manhã bem servido e conforto do quarto com vista para Lagoa da Jansen ou Oceano. Já me hospedei duas vezes e voltaria.

Onde comer: a Barraca do Chef serve deliciosos frutos do mar e culinária típica de São Luís como arroz de cuxá. Na Av. Litoânea, 01A, Praia de São Marcos.

Se viajar em junho, não perca as festas de São João.

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Rota das Emoções no Mapa

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Tome Nota Rota das Emoções

Quanto custa fazer  Rota das Emoções: a Rota completa custa cerca de 8 mil reais. Mas o custo depende do tipo de hospedagem, seu estilo de viajar e serviço de transporte. Em uma semana fica em torno de 3 mil reais. Dados estimados em julho de 2018.

Por onde começar o roteiro: as portas de entrada na Rota das Emoções são as cidades com aeroporto como Fortaleza ou Cruz, Parnaíba ou Teresina e São Luís. O percurso pode ser feito quase todo por boas rodovias. Exceto pelos trecho entre Jijoca de Jericoacoara e a Vila de Jericoacoara, no Ceara, esse exige 4×4. Quem pensa em fazer por conta própria, utilizando veículo com tração nas quatro rodas, aviso que em alguns parques só pode entrar com guia.

Quando fazer a Rota das Emoções: a temporada das chuvas acaba em maio e, quando abundantes, as lagoas permanecem cheias até agosto. Quem faz questão de dias ensolarados deve evitar os primeiros meses do ano. Em julho ainda tem as festas juninas animadas do Maranhão.

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A viagem pela Rota das Emoções foi um convite do Sebrae dos três Estados em conjunto com empresários de turismo da Rota e Prisma Consultoria.

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Autor Roberta Martins

Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 18 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram

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