Há anos minha mãe sugere uma viagem para Caçapava do Sul, ela guarda lembranças da infância e diz ser tão belo quanto os vários lugares com rochas por onde já passei e mostro em fotos. Nos últimos anos alguns amigos aventureiros também tem perguntado se andei por lá e eu só dizia ainda não…
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Caçapava do Sul
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O dia chegou exatamente há um mês, no último destino da Rota Caminho Farroupilha, e foi melhor do que o esperado. Pelo menos os cenários e as duas opções de alimentação porque tanto a estrutura quanto o cuidado com o patrimônio ainda precisam ser melhorados. Bom para desbravadores e investidores, afinal potencial turístico tem.
As belezas naturais estão ali moldadas pelo clima e pelo homem criando ambiente propício aos amantes de atividades ao ar livre. Formações rochosas únicas se elevam no inicio do bioma pampa e se encontram com minas de cobre desativadas e barragens profundas.
Lago azul, cabras escaladoras e cidade fantasma foi o mais diferente visto em poucas horas, mas alguns turistas visitam a região só para ver ET’s. Turismo ufológico e de aventura tem colocado Caçapava no mapa turístico do sul do Brasil e são promessa de prosperidade na região.
De Capital dos Farrapos a Capital Brasileira do Cobre no passado, hoje Caçapava do Sul é considerada a Capital Gaúcha do Montanhismo e viveu, basicamente, dois destaques na sua história. Foi a segunda capital Farroupilha (1839 a 1940) e teve dentro do seu domínio territorial a maior cidade privada do Brasil idealizada por um milionário da família Matarazzo – Minas do Camaquã. Atualmente a economia gira em torno do calcário, da pecuária e da agricultura.
Mas vamos ao nosso roteiro de turismo em Caçapava do Sul. Chegamos a tempo de ver o pôr do sol no Forte Dom Pedro II e as experiências começaram pelo estômago deixando uma bela primeira impressão. O dia seguinte foi para contemplar a natureza e reviver a história. Exibo em tópicos o que fizemos e apreciamos em 24 horas:
Melhor vista no Parque das Guaritas
Formações rochosas com grutas e vegetação típica enfeitam a paisagem da estrada de terra caminho para as Minas do Camaquã. Ali encontrei um dos visuais mais bonitos do Rio Grande do Sul confirmando o esperado pelos meus amigos que haviam recomendado a visita.
Inclusive, o cenário já apareceu em produções cinematográficas nacionais como Anahy de las Misiones (1997), Valsa para Bruno Stein (2007), Os Senhores da Guerra (2014) e a série Animal (2014). Esta última exibida no canal GNT com Edson Celulari como protagonista. Hoje é utilizado para escalada ou voo livre e fiquei imaginando como devem ser lindas as trilhas para chegar até o topo das rochas com até 500 metros de altura.
Altura concorrida também por cabras escaladoras. Perto do pôr do sol vi pontos brancos no alto das montanhas e quando aproximei o zoom da câmera confirmei, eram cabras subindo por acessos bem complicados. Será que elas se sentem mais segura dormindo nas alturas?
Aventura em Minas do Camaquã
A comunidade idealizada pelo empresário Baby Pignatari para abrigar os operários da Companhia Brasileira do Cobre virou cidade fantasma. E agora vem se transformando em parque de aventura administrado pela Minas Outdoor Sports. As propriedades antes abandonadas agora são casas de veraneio; as minas subterrânea e aberta são pontos turísticos parte da visita guiada contando a história da região; e na zona ao redor da barragem encontra-se a estrutura para prática de arvorismo e tirolesa.
Visita guiada pelas minas
A visita guiada começa com caminhada de 100 metros pela mina subterrânea, tem parada para ver os antigos equipamentos utilizados na mineração e visita à mina a céu aberto cartão postal das Minas do Camaquã. Um lago azul de 150 metros de profundidade é local para praticar mergulho com cilindro, canoagem e stand up paddle em determinadas épocas do ano. O passeio termina na barragem com vontade de voltar em dias mais quentes para cair na água.
Parque de Aventura
O parque esta fechado, mas os cenários continuam por lá.
A visita me lembrou Jerome, região de minas de cobre nos Estados Unidos com fama de azarada pelas várias catástrofes vividas. Usaram o passado para criar atrações culturais baseada na ideia de cidade fantasma e conseguiram atrair turistas e comunidade artística com crescente sucesso.
Escalada no Parque da Pedra do Segredo
Onde fica a pedra mais famosa de Caçapava e adorada por escaladores. Tem cavernas e opções de trilhas difíceis distante apenas cinco quilômetros da cidade. Passamos rapidamente só pra fotografar.
Esta cidade é um dos destinos da Rota Farroupilha. Se prefere ter todo o conteúdo sobre este itinerário para consultar durante a viagem e ainda ter sugestão de roteiros com mapa interativo detalhado, adquira o guia Guia RS Rota Farroupilha >>
Caminhada no Centro Histórico de Caçapava do Sul
Paula foi a nossa guia por ser natural de lá e saber todas as histórias. Em uma rápida caminhada pelo Largo Farroupilha observamos o pouco ainda restante da época da revolução e outras curiosidades como a influência açoriana.
Com Piratini ameaçada. No início de 1839, a capital da República Rio Grandense foi transferida para Caçapava do Sul por ser considerada uma cidade protegida pelo difícil acesso. Mas o auge como sede do governo Farroupilha durou apenas dois anos até ser atacada de surpresa em 1840.
Comer e beber pra se sentir bem
Um café aconchegante com decoração cuidadosamente escolhida e reformado pelos proprietários alegra as tardes na cidade. Paula nos levou no Café Caminito por achar o ponto mais descolado e quem diria! Jianny estava acompanhando a nossa viagem e nos recebeu na maior alegria.
A noite um jantar com tempero caseiro no Restaurante Urbanu’s. Point animado onde experimentamos cervejas artesanais locais, pizza, filé e docinhos caseiros.
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Tome Nota Caçapava do Sul
Onde comer:
Restaurante Urbanu’s abre todas as noites para o jantar na rua 15 de novembro, 418.
Caminito Café abre todas as tardes na rua Sete de Setembro, 750.
Como chegar a Caçapava do Sul: localizada na região da campanha, está a 270 quilômetros de Porto Alegre pela BR-290.
Alugue um carro pra fazer esta viagem.
Guias de viagem: Baye Turismo e Viagens é um receptivo em Bagé especializado em turismo de aventura com roteiros por Caçapava. Contate por e-mail bayeturismoeviagens@gmail.com ou fone (053) 99571298.
Onde ficar: dormimos em uma fazenda de amigos para descobrir mais sobre as plantações de oliva e apreciar a cena do campo. Quem prefere se hospedar dentro das Minas do Camaquã, Minas Outdoor Sports tem camping e quartos com banheiro compartilhado.
No entanto, a opção mais confortável no inverno parece ser dirigir 124 km até Bagé e se hospedar por ali. Me hospedei e recomendo Pousada do Sobrado (leia minha resenha) e Obino Hotel.
Acesse o Mochilinha Gaúcha pra saber mais sobre Caçapava.
A viagem #RotaFarroupilha é um projeto do Territórios em parceria com As Peripécias de uma Flor, Café Viagem, Mochilinha Gaúcha e participações especiais de Andarilhos do Mundo e da jornalista Criz Azevedo. O roteiro teve o apoio de empresas regionais como BC&M Advogados e Agropecuária Sallaberry, além do suporte do Sebrae Costa Doce e de algumas secretarias de turismo. A ideia surgiu ao saber da Rota Caminho Farroupilha elaborada pelo Sebrae RS e oferecida como pacote turístico pela Tchê Fronteira Turismo.
Fotos de Roberta Martins e Gardênia Rogatto.
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- Então monte o roteiro e vá fazendo as reservas de hospedagem e passeios conforme o tempo disponível.
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8 Comments
Ola, gostei das suas dicas. Estou pe sando em ficar em camaquã, minas outdoor ou bellami “nas pousadas. Vc recomenda? Minha preocupacao é o frio a noite. Garabturam que trm aquecedores. Mas tenho receio.
Obrigada
Oi Mayara, eu acabei ficando na casa de amigos porque não me animei a ficar nas pousadas em pleno inverno. Achei a estrutura muito gelada. A partir de outubro até abril deve ser tranquilo. Mas se for entre agosto e setembro, leve roupa térmica. Até tem pra vender na loja em Minas do Camaquã, só não sei se o preço é o melhor. Não vai fazer tanto frio como na Bolívia, é claro, mas eu levaria as roupas que uso pra frio lá nesta viagem.
Ola pena que vc não esteve em lavras do sul, a 60km de Caçapava.cidade que surgiu da exploração do ouro. Conserva ruas e casas e tem ótimas pousadas.
Oi Rosa Helena, fizemos 17 cidades em 10 dias. Impossível ver tudo o que parecia interessante no caminho. Quem sabe na próxima, obrigada pela dica
Nenhuma opção de hospedagem em Caçapava do Sul?
Viajar até Bagé, a 124km??
Sim Ana Lúcia, nenhum opção boa o suficiente para aguentar o frio do inverno para quem não está acostumado. Pretendo voltar no verão e me hospedar em Caçapava, tenho boas recomendações para dias quentes
Salientando que devido a presença de uma universidade federal na cidade, existe a tranquila possibilidade de hospedagem em repúblicas com valores simbólicos, sendo comum esse suporte a mochileiros, praticantes de esportes radicais e universitários de outras regiões do Brasil para estudo de campo geocientífico. Sou de São Paulo, e estudo em Caçapava do Sul á 2 anos.. Me apaixonei pela tranquilidade e riquezas naturais da cidade, além de muitos pontos mencionados no artigo. Parabéns pela iniciativa e que mais pessoas venham conhecer este lindo recanto, capital gaúcha da geodiversidade. o/
Sou Caçapavana e passei grande parte de minha infância nas Minas do Camaquã, donde guardo preciosas lembranças. Não preciso dizer, pois, o quanto gostei de teu relato. Felicidade ver que o abandono está cedendo lugar a um belo espaço de contato com tantas belezas naturais. Bela abordagem!!!