Reconhecida oficialmente como a 9ª Reserva Mundial do Surfe, a praia da Guarda do Embaú, localizada a cerca de 50 km ao sul de Florianópolis, tem muito mais esportes a oferecer. Além do surfe é possível praticar stand up paddle no rio da Madre ou no mar, foil surfing, natação, sereismo, trilha e cavalgada pela reserva do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. 

O texto continua após os serviços recomendados no destino.

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Guarda do Embaú

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Surfe na Guarda do Embaú

Procurada por surfistas do Brasil e do mundo inteiro, a praia da Guarda do Embaú oferece ondas perfeitas quando entra o swell certo e não decepciona nenhum surfista. Ótimo local para aprender a surfar, em dias de mar pequeno e perfeito para treinar quando está grande. Hoje em dia é comum encontrar na praia, instrutores de surfe, dispostos a passar todo o seu conhecimento para os iniciantes. O surfista catarinense Maicon Roberto da Rosa, morador da praia da Pinheira e que acumula títulos em campeonatos regionais e brasileiro, é um deles. Daniele Correa de Alvarenga começou no mês de novembro a fazer aulas de surfe na praia da Guarda.

“Acho muito legal o surfe, um esporte bonito. Eu moro na praia e me sinto em contato com a natureza quando pratico. Também é bom para a coordenação motora e adquirir mais segurança’, disse a principiante entusiasmada.

Surfe na Guarda do Embaú
A catarinense Daniele Alvarenga começou as aulas de surfe em novembro de 2019

Stand up Paddle

Além do surfe, Maicon também dá aulas de stand up paddle. Conhecido como SUP, o esporte pode ser praticado por mulheres, homens e crianças, de uma faixa etária que varia dos 4 aos 65 anos ou mais, dependendo das condições físicas do praticante. A modalidade permite remar em locais como rios, mares, lagos, lagoas e represas com a vantagem das paisagens belíssimas, como as do rio da Madre na Guarda do Embaú, em especial quando a maré enche e o rio fica com uma cor esverdeada. Lindíssimo. Durante as aulas de stand up paddle o aluno receberá todas as orientações necessárias do instrutor para praticar o esporte com segurança. Uma dica aos iniciantes é nunca remar sozinho. Procure sempre a companhia de um amigo. Além de mais prazeroso, é mais seguro porque as remadas em grupos são mais divertidas. 

Stand up paddle na Guarda do Embaú
Repórter Luciano Nagel em uma aula de SUP com o instrutor Maicon

Onde praticar: no rio da Madre ou no mar
Telefone: (48) 99956-6527 com Maicon Roberto da Rosa

Saiba onde mandar fazer sua prancha de surf ou stand up paddle na Guarda do Embaú

Muitos surfistas ainda são fiéis ao shaper e preferem mandar fazer suas pranchas sob medida, como tamanho ideal para a onda, rabeta, meio, espessura e pintura. Há inúmeras possibilidades! Na praia da Guarda do Embaú, conhecida como 9ª Reserva Mundial de Surfe, atualmente há vários shapers, entre eles, Alexandre Rodrigo Garcia, o ”Carneirinho”.

Nascido em Passo Fundo, na região norte do Rio Grande do Sul, aos 3 anos foi morar no estado catarinense. Filho de espanhola e pai brasileiro, aos 19 anos se mudou para Astúrias (Espanha) e país Basco (Norte da Espanha) por onde viveu durante décadas.

“Comecei fazendo pranchas a pedidos dos amigos e fazia por prazer mesmo. Aqui na Guarda faz dois anos e meio que estou trabalhando como shaper e estou realizando o meu sonho’’, disse ao Territórios.

Em média, ‘’Carneirinho’’ leva 1h30min para fazer o shape, ou seja, a base da prancha. Já para prancha de surf ficar ao gosto do surfista, o tempo gasto leva em torno de um a dois dias, dependendo do tamanho, design, etc.

Alexandre também fabrica Stand Up Paddle (SUP) sob medida, tanto para remada em lagos e lagoas quanto para pegar ondas – SUP Surf.

“De vez em quando mando laminar o Stand Up Paddle com um amigo, que trabalha na cidade de São José. Ele é pintor profissional, reconhecido e faz um trabalho incrível de pintura. É um artista sensacional’’, revelou o shaper gaúcho. 

Shaper na Guarda do Embaú
”Carneirinho” trabalha como shaper na praia da Guarda do Embaú

Telefone: (48) 99860-6371 com shaper ‘’Carneirinho”
Onde: rua Aderbal Ramos da Silva, 2598

Foil surfing

Foil Surfing na Guarda do Embaú
Surfista Maicon da Rosa praticando foil na Guarda do Embaú

Ainda dentro da água, pode-se citar outro esporte que está alta neste verão, o foil surfing. Trata-se de pranchas que têm uma espécie de “quilha” gigante com asas. 

Essa quilha, quando atinge certa velocidade e inclinação adequada, sai da superfície da água e suspende a prancha no ar! O surfista “flutua’’ sobre a onda. O esporte também pode ser praticado puxado por uma lancha no rio.

Natação, promovendo a saúde com inclusão

É no rio da Madre, na praia da Guarda do Embaú, que durante toda a época do ano o professor de Educação Física e Fisiologista do Exercício, George Madeira e seu colega, o professor Rodrigo Haeming Pereira, formado em Naturologia dão aulas de natação para crianças, jovens, adultos e idosos. A dupla de profissionais realiza três projetos na área de esporte, que envolvem cidadãos da baixada do Maciambú, como Praia do Sonho, Ponta do Papagaio, Mar Aberto, Pinheira, Guarda do Embaú e Morretes.

A Escola de Natação, Surf e Preservação da Guarda do Embaú, fundada em 1989, foi o primeiro projeto e contou com a presença de 6 crianças na época e existe até hoje. Tem como objetivo promover a natação utilitária, ou seja, ensinar o aluno a superar imprevistos dentro da água, principalmente aqui na Guarda que apresenta um rio com correnteza e um mar com fortes ondas’’, explicou o instrutor George Madeira. Além das classes de natação, os alunos aprendem a surfar. 

Madeira (esquerda) e Rodrigo ministram aulas de natação gratuitamente no rio da Madre
Projeto “Atletas da Natureza” existe há 20 anos na Guarda do Embaú
A inclusão social dentro do esporte é o pressuposto para a garantia do direito à igualdade

Outra proposta realizada pelos profissionais e que merece ser aplaudido de pé se chama “Atletas da Natureza’’, existente há 20 anos na praia da Guarda do Embaú. O evento, que ocorre uma vez ao ano, sempre no mês de novembro, integra alunos das Apaes de Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz e da Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef). Entre as atividades desenvolvidas, estão iniciação ao surfe, mergulho, stand up, natação, música e teatro. Além disso, há atividades de ginástica para pessoas acima dos 40 anos no Galpão dos Idosos localizado na Praia da Pinheira.  

Onde praticar: rio da Madre 
Telefone: (48) 99961-0562 com professor Madeira

Sereismo

Falando em águas, vale a pena apreciar a beleza das sereias que nadam pelo canal do Madre. Sim, sereias existem e é possível vê-las de vez em quando. Este movimento suave do peixe tem conquistado a criançada na praia da Guarda do Embaú com as aulas de sereismo e vem despertando o interesse de cada vez mais pessoas, dando voz a todos que se sentem atraídos pelo mar, pelos animais e à natureza. Marcela da Paz, é educadora física e ex-técnica da Seleção Brasileira Juvenil de Nado Artístico. Atualmente dá aulas de sereismo para crianças às margens do rio da Madre.

Sereismo na Guarda do Embaú
”Sereia” Marcela (de cauda avermelhada) e suas alunas desfrutando as águas do rio da Madre

Alugo caudas de sereia para quem quiser praticar sereismo. Todos podem experimentar essa modalidade, meninas e meninos, sendo único pré-requisito é que a criança se sinta bem a vontade dentro da água e que tenha mais de 7 anos, porque abaixo desta idade as crianças ainda não têm as conexões neurais para fazer o movimento de ondulação que elas irão precisar fazer para utilizar a nadadeira corretamente’’, explicou a paulista. 

As aulas de sereismo, além de leves e divertidas, trabalham a autoestima e a musculatura das pernas e abdominal, além disso, as alunas querem ser lindas e encantadoras como esses seres mitológicos que mexem com a nossa imaginação. De acordo com os dicionários da língua portuguesa, a sereia é um ser mitológico, um monstro fabuloso, metade mulher e metade peixe ou ave. Segundo a mitologia grega, elas eram tão lindas e cantavam com tanta doçura a ponto de atrair os tripulantes dos navios que passavam por ali para as embarcações colidirem com os rochedos e afundarem. E o meninos, podem praticar o sereismo? Sim, podem. Segundo a professora, na antiguidade clássica, o deus marinho habitante do fundo do mar era chamado de Tritão, metade peixe, metade homem.

Infelizmente ainda há muito preconceito quanto a prática de sereismo pelos meninos e esta discriminação vem da família, por parte dos pais. Escuto muito na praia, os meninos com as irmãs vendo elas nadarem com aquelas caudas e eles querendo fazer o mesmo, mas os pais falam ser coisa de menina’’, lamentou a ex-atleta de nado sincronizado. 

Marcela mostra as nadadeiras de material termoplástico
Meninas brinca de ser sereias no rio da Madre
”Sereias” em descanso às margens do rio da Madre

As nadadeiras (caudas) de sereia ou tritão, conforme Marcela, são feitas de material termoplástico maleável que acoplada na sapatilha de neoprene proporciona maior conforto, segurança e total comando para execução de manobras divertidas, protegendo assim, contra lesão. Com a regulagem correta da sapatilha de neoprene, o monofin pode ser retirado facilmente sem a ajuda das mãos. 

Onde praticar: no rio da Madre 
Telefone: (11) 98223-3826 com Marcela 

Cavalgada na Serra do Tabuleiro

A cerca de 20 minutos de carro da praia da Guarda do Embaú, já no outro lado da BR-101, passando o trevo de acesso à Pinheira, os turistas podem fazer tranquilas cavalgadas dentro do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. No local há um centro equestre administrado pela gaúcha Juliana Leal Dornelles que leva os visitantes a percorrer trilhas e desfiladeiros no lombo de cavalos, todos de raça e muito bem cuidados.

Temos uma escola de equitação. Ensinamos as pessoas a montar, saltar e praticar hipismo. Também treinamos os cavalos e trabalhamos com estes animais da forma que se sintam bem. O diferencial da nossa escola é não usarmos embocadura nos cavalos, porque são animais mansos, calmos e recebem bem os comandos. A embocadura pode causar um mal-estar no animal, às vezes até machucando o mesmo’’, explicou a instrutora Juliana que há 6 anos vive em terras catarinenses. 

As cavalgadas são, normalmente, realizadas por grupos específicos e marcadas com certa antecedência. Uma dica antes de encarar o passeio a cavalo é escolher roupas e sapatos confortáveis e que proporcionem segurança ao seu corpo. É válido ainda levar um repelente, porque parte do percurso é em meio ao mato e dependendo da hora há muitos mosquitos. Se o sol estiver forte, abuse do filtro solar e não se esqueça dos óculos escuros. 

Cavalgada na Guarda do Embaú
Cavalgada em grupo na Serra do Tabuleiro
Os cavalos não usam embocaduras para o seu bem-estar
Menina em aula de equitação
A pequena Helena em sua aula de equitação

Onde: Centro Equestre Cavalarices na Estrada Geral do Albardão, Pinheira
Telefone: (48) 99169-8443 com Juliana Leal Dornelles

Trilha na Guarda do Embaú

Para quem se aventura a caminhar por trilhas desbravando os morros que rodeiam a praia da Guarda do Embaú, na região da Palhoça, um dos picos mais visitados é a Pedra do Urubu, situada a 111 metros no morro que encosta no vilarejo. A trilha é de nível “leve’’, indicada para iniciantes em caminhadas. Qualquer pessoa saudável pode fazer esse percurso, com apenas um mínimo de preparo físico. A subida leva em torno de 20 a 25 minutos, dependendo do ritmo. O início do caminho fica logo passando a Moradas Dona Dalcema, à esquerda de quem vai à praia. Aconselha-se a subir o morro na companhia de um guia local, como o Max Ricardo Mendes.

Durante a subida, Max contou em detalhes uma das supostas origens que deu o nome a praia Guarda do Embaú, entre elas, uma espécie de árvore chamada Embaúba, muito comum na região. Em Tupi-guarani a palavra Embaú vem de “ambay’’, que significa árvore de tronco oco onde passa água por dentro, ou seja, a praia da Guarda tem estas características, pois é cortada pelo sinuoso rio da Madre. Já os nativos mais antigos acreditam que o nome surgiu pelo fato de que, séculos atrás, um navio pirata que navegava próximo à costa naufragou por ali. Como os piratas possuíam tesouros, se viram obrigados a enterrá-los guardados em baú nessa área. Com o passar dos anos, foi criada a história de que havia tesouros enterrados na região, o que acabou dando origem ao nome atual da localidade.

Vista do topo da Pedra do Urubu
Vista geral da Pedra do Urubu a 111 metros de altura
Guarda do Embaú vista do morro
Guarda do Embaú vista do morro
Praia da Pinheira vista do alto do morro
Panorama da praia da Pinheira

Durante a subida do morro é possível avistar (se tiver sorte) animais nativos, como lagartos, cobras, porcos-espinhos, urubus, fragatas, canarinhos da terra, sabiá, bem-te-vi, gralhas além de uma exuberante vegetação. Ao chegar no cume, enfim vê-se a Pedra do Urubu. A escalada requer cuidados, mas o visual lá de cima é de arrancar suspiros. Do local é possível avistar a praia da Pinheira, a ilha do Coral, a Serra do Tabuleiro, praia da Gamboa, Garopaba e por aí vai. A turista gaúcha Alessandra Camargo trouxe os dois filhos pequenos, Luca e Alice para fazer a trilha e escalar a Pedra. Esta foi a primeira vez que as crianças realizaram uma aventura deste tipo.

A subida é tranquila, só aqui no finalzinho que deu um pouco de cansaço, mas trouxemos água e comida. Eles estão bem felizes’’, afirmou a mãe que está em viagem por Santa Catarina com os pequenos durante uma semana. “Já passamos por Laguna, Garopaba e Guarda. Depois vamos para a Pinheira, Florianópolis e Camboriú’’, finalizou. 

A gaúcha Alessandra levou pela primeira vez seus filhos para subir a Pedra do Urubu
Luciano Nagel e o guia Max Mendes
Luciano Nagel e o guia Max Mendes
Guia local Max Mendes na trilha
Guia local Max Mendes na trilha

Quem faz a trilha: guia local, Max Ricardo Mendes
Telefone: (48) 99846-2936

© Todos os direitos reservados. Fotos e relatos 100% originais. Créditos nas imagens: de Luciano Nagel, Plínio Bordin, Florencia Fuenzalida, Tatu Fotografias, Maicom da Rosa. Capa do arquivo pessoal de Maicom Roberto da Rosa

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Autor Luciano Nagel

Jornalista, gaúcho, trabalhou nas Rádios Guaíba, Bandeirantes e CBN/Globo no Rio de Janeiro. Atuou como correspondente freelancer para O Estado de São Paulo (Estadão) em Porto Alegre. Atualmente colabora com reportagens para o Jornal Folha de São Paulo, portal de notícias UOL, Deutsche Welle, emissora internacional de jornalismo da Alemanha, e seu site Nagel na Estrada. Foi bolsista da Heinz-Kühn-Stiftung, na Alemanha, em 2009. Viveu na Inglaterra, Portugal e Alemanha. Colaborador do Territórios, Nagel é apaixonado por viagens, gastronomia e diferentes culturas. | Siga no Instagram | Twitter

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