Bicicleta em Bogotá e Región Central: 2 roteiros com almoço

Pedalar é um jeito saudável e sustentável de conhecer novos lugares, especialmente quando a prática é considerada esporte nacional, como acontece na Colômbia. Destino incrível para cicloturismo como mostro em dois roteiros de bicicleta em Bogotá e Región Central.

Qual prefere: Urbano em Bogotá ou na natureza da Cordilheira dos Andes? Toque nos links ou continue a leitura para os dois passeios guiados.

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Para situar: onde fica Bogotá? 

A capital da Colômbia e do departamento de Cundinamarca está localizada no centro do país, no alto da Cordilheira dos Andes a 2625 metros de altura. Faz parte da zona chamada Región Central que inclui os 4 departamentos ao redor. 

Ciclovias para andar de bicicleta em Bogotá

Bogotá é uma cidade de 8 milhões de habitantes com trânsito caótico. Contudo, aos domingos e feriados a situação melhora muito graças à Ciclovía Turística, um programa do governo local que fecha algumas ruas para carros. Isso atrai mais de 1,5 milhão de ciclistas, pedestres e corredores para se exercitar ao ar livre. Além disso, é um jeito criativo de conhecer a capital da Colômbia lado a lado aos seus moradores.

Há alguns anos Bogotá é referência e já possuía uma das maiores redes de ciclovias do mundo, atualmente com 590 km. Desde a pandemia, a prefeitura pretende aumentar para 800 km até 2024. Apenas a Ciclovía Turística forma um circuito de mais de 120 km conectando o norte ao sul da capital, com trânsito de veículos proibido entre 7h e 14h, somente aos domingos e feriados. São 30 opções diferentes de percursos para fazer por contra própria ou contratar um tour.

Meu roteiro de bicicleta em Bogotá 

Era um domingo ensolarado de junho quando partimos de Chapinero para Usaquén pela Ciclovía Turística e depois um desvio para o distrito de San Felipe, completando 20 km em duas horas. Embora longo, foi plano a maior parte do trajeto, as subidas eram somente nos viadutos e quando saíamos da ciclovia principal.

Chapinero 

É o melhor bairro para se hospedar pela localização próxima aos principais atrativos, segurança, comércio e vida noturna. Uma zona residencial dinâmica e excelente ponto para entrar na ciclovia. No meio da manhã estava com todas as vias lotadas e organizadas ao mesmo tempo.

Usaquén 

O distrito de Usaquén, ao norte, foi o primeiro assentamento na região (no século XVI) e hoje é passeio concorrido aos finais de semana. Na Praça de Usaquén há o mercado de rua mais interessante da capital, onde os visitantes podem experimentar a cozinha colombiana, apreciar o artesanato local e eventos musicais, além da arquitetura colonial. Também é de onde parte o trem para Zipaquirá, passeio recomendado pelo Raul no seu artigo sobre Bogotá.

San Felipe

É uma área revitalizada na última década e atual distrito das artes de Bogotá (BAD). Com incentivo inicial de artistas, têm dezenas de galerias de arte, restaurantes descolados, startups e muito grafite por todos os lados. 

Neste dia, San Felipe foi o primeiro ponto de encontro dos participantes do Adventure Next Bogotá, o motivo desta viagem foi participar do congresso anual de turismo de aventura da América Latina da ATTA. Tivemos o privilégio de fazer um mini curso de grafite com May Rojas, jogar tejo e provar a culinária colombiana no restaurante El Aquelarre.

Tejo, ou turmequé, é oficialmente o esporte nacional da Colômbia iniciado há mais de 500 anos pelo povo Muisca. O jogo consiste no lançamento de um disco metálico (o tejo) em buracos com pólvora ou em uma caixa de argila. Ganha quem faz mais barulho, além de acertar os orifícios.

Como fazer passeio de bicicleta em Bogotá

Se conseguir uma bicicleta pode circular por conta própria ou contratar um passeio em espanhol, tour em inglês ou fechar o pacote urbano e rural com Monte Adentro como eu fiz. Além das explicações históricas e culturais, os guias Andrés Gámez e Yesid Bautista cuidavam de mim, parando os carros onde necessário e não deixando ninguém se perder do grupo. Todos os tours fornecem bicicleta e capacete. 

Conselho de quem sofre com mal de altura, faça qualquer atividade física somente no terceiro dia de adaptação na altitude, se estiver se sentido bem. Fiz no quinto dia completamente adaptada aos 2665 metros de Bogotá.

Meu roteiro de mountain bike downhill com Monte Adentro

O pessoal do Monte Adentro, receptivo especializado em mountain bike na Colômbia, nos buscou no hotel e levou para 30 km ao sul de Bogotá em ônibus e carro de apoio lotado de bicicletas no teto. Enquanto organizavam as bicis adequadas a cada participante e ao terreno, nos ofereceram um lanche para dar energia e momento de conhecer o grupo antes de partir para 26 km alcançando 1800 metros de altura na Cordilheira dos Andes. 

Partimos da zona rural de Chipaque até o belíssimo visual de El Filo, passando pelo centro de Ubaque. Entre duas cidades pequenas e uma reserva natural no departamento de Cundinamarca, com diversas trilhas para cicloturismo.

Descendo em alta velocidade por estradas de terra cheia de pedras soltas, passamos por vales, fazendas, cascatas e montanhas da Cordilheira dos Andes. Uma pausa para conhecer a cidadezinha de Ubaque e descansar um pouco e então começam os trechos intercalando subidas íngremes e descidas até El Filo. 

El Filo é o ponto alto rodeado por desfiladeiros e vistas naturais de tirar o fôlego. Ali um cozinheiro nos esperava com um banquete das comidas típicas da Colômbia, não era lanche, era comida caseira deliciosa feita na van do chef com produtos locais. Perfeito para fechar a aventura do dia com chave de ouro.

Após descer a Cordilheira dos Andes rumo ao sul, chega aos Janos Orientales que é como o cerrado ou savana, já no departamento de Meta. Onde continuamos com Monte Adentro para novas aventuras. Conto em breve…

Algumas considerações para iniciantes no cicloturismo nas montanhas

Primeiro a equipe Monte Adentro foi excelente dando suporte na parte técnica e atento ao condicionado físico de cada um. As bicicletas eram ótimas com freios potentes (fiquei com dor nos dedos freando praticamente o tempo todo), rodas adequadas ao terreno e marcha regulada. Além disso, o carro de apoio seguia atrás para coletar os desistentes e levava uma enfermeira para possíveis acidentes e mal de altura. Inclusive, ela fez um alongamento certeiro antes de partir pensando nos dedos e na coluna.

A verdade é que esse passeio foi leve para quem está acostumada com mountain bike e foi planejado assim porque o grupo era diversificado entre praticantes ávidos e amadores, o roteiro pode ser personalizado pela Monte Adentro conforme a experiência dos ciclistas. 

Para mim, foi super difícil, tanto que desisti nos últimos 9 km (os mais inclinados). Havia chegado do Brasil na noite anterior e dormido pouco, como resultado, senti dor de cabeça nos pontos mais altos e falta de fôlego nas subidas. Foi a minha segunda tentativa de mountain bike downhill na altitude, definitivamente, deve ser praticado somente após o terceiro dia de adaptação. Além das dores nos dedos e cabeça, minha lombar e nádegas gritavam por eu não estar vestindo uma bermuda com aquelas almofadinhas.

O que levar

• Compre um short ou bermuda de ciclismo acolchoado;
• Faz calor na descida e vento gelado nos pontos mais altos, leve corta-vento, bermuda ou calça leve e camiseta manga curta dry fit (saiba mais sobre essas roupas);
• Protetor solar, óculos de sol e garrafinha com água.

Melhor época para visitar Bogotá e Región Central

O clima é meia estação o ano inteiro, fazendo bastante frio pela manhã e noite e chegando a altas temperaturas no sol, principalmente quando pedalamos. O que deve ser evitado para fazer esses passeios é chuva, os meses mais secos são de dezembro a março e junho a agosto. 

Acompanhe o que acontece nas ciclovias de Bogotá no site, pode ter algum evento especial durante a sua visita ou alguma obra.

Quantos dias ficar em Bogotá para fazer esses passeios?

Considerando o tempo de adaptação a altitude, 3 dias é o mínimo sem sair da capital, e 5 dias incluindo os arredores como recomendo na zona rural. 

Por fim, essa viagem foi um convite da Adventure Travel Trade Association (ATTA) e Bogotá Travel para participar do Adventure Next Bogotá. Leia também a experiência da jornalista Rory Lassanske que me acompanhou nessa aventura.

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