Madri é um destino cheio de opções para viajar sozinha ou em grupo. Já tive as duas experiências e não tenho receio nessa afirmação. Nas duas vezes fui sozinha, no início para estudar, quando meus novos colegas viraram meus melhores amigos nas primeiras horas na Espanha. Dez anos depois fui a trabalho e tirei mais cinco dias para curtir a cidade. É sobre a Madri da última viagem, com roteiro e dicas para economizar e viajar sozinha, que vou contar agora.
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Sozinha em Madri
Cresceu bastante, mas a essência e os principais pontos turísticos de Madri continuam os mesmos. Portanto, as recomendações feitas no texto Vale conhecer Madrid (o resumo do meu tempo de estudante) continuam válidas. As principais novidades são a região Arganzuela revitalizada e lugares para ver Madri do alto.
Dicas para não perder tempo
Antes de visitar qualquer metrópole, tenho dois hábitos no planejamento da viagem: ver quais eventos vão acontecer durante a minha estada e criar um mapa com todos os pontos turísticos e serviços que eu possa precisar. Agenda de eventos vejo em sites como Guia del Ocio e confirmo ao chegar pegando as várias revistas grátis de atrações em Madri. Facilmente encontradas no aeroporto, quiosques de atenção ao turista e centros culturais.
O mapa eu uso minha conta do Google para criar um personalizado com anotações, links e rotas. Desta forma organizo os passeios de cada dia conforme a proximidade e facilidade de transporte público. Também posso consultar no celular durante a viagem e traçar novas rotas, caso eu me perca ou mude de ideia.
O que fazer em Madri: meu roteiro de 5 dias
Como já conhecia, não priorizei os tradicionais pontos turísticos de Madri, mas acabei passando na frente ou entrando em quase todos por estarem no meu caminho. Então o roteiro a seguir também vale para quem visita pela primeira vez. Os museus e centros culturais voltei em todos onde havia exposição interessante. E baseado nas dicas para não perder tempo, selecionei o que queria ver, marquei no mapa abaixo e consegui ver tudo em cinco dias. Quer dizer, faltou o teleférico porque era inverno e os horários eram limitados.
Dia 1 Parque del Oeste e Gran Via
Comece se localizando e tendo uma ideia geral do que fazer em Madri no mirante mais alto da capital – o Faro de Moncloa. Fui no fim do dia e não foi a melhor escolha, por isso vou adaptar um pouco pra facilitar o seu roteiro. Ali perto fica o Museu da América, o Arco de Moncloa e o Parque del Oeste, onde fica o Templo de Debot. O templo esta dois quilômetros de caminhada em meio ao verde ou pode pegar o metro na Estação Moncloa e descer na Plaza España.
A partir da estação tem acesso ao final da Gran Via, a avenida mais atraente por causa dos prédios antigos, movimentação intensa e comércio. Eu adoro caminhar por ali olhando pra cima, seja de dia ou de noite. Pode passar no Espacio Fundación Telefónica para alguma exposição e terminar o dia jantando no Mercado San Antón, bem perto da Estação Chueca.
Dia 2 Bairros Centro, La Latina e Lavapiés
Se for domingo, aproveite a manhã na Feira do Rastro, no bairro La Latina. São várias ruas com todo tipo de mercadoria nova e usada, manifestações artísticas e comida barata. Então vá para o centro e explore as ruas estreitas e repletas de história entre Plaza Mayor e Puerta del Sol. Prove o autêntico churros na Chocolateria San Ginés, beba chope em algum dos diversos bares tradicionais e termine no badalado Mercado de San Miguel ou participe do Pub Crawl.
Se for qualquer outro dia da semana, esses bairros terão maior movimento de pessoas e comércio aberto. Mesmo sem a feira do Rastro, quem gosta de ver o cotidiano dos locais, vale caminhar pelas ruas dos bairros La Latina e Lavapiés. Ou conforme a agenda de eventos, visitar os centros culturais Tabacalera e La Casa Encendida seguindo em direção ao metro Embajadores.
Dia 3 Paseo del Prado e Parque del Buen Retiro
Se gosta de museus pode reservar um dia inteiro para o Paseo del Prado, ali tem pelo menos três entre os mais interessantes da Europa: Reina Sofía, Prado e Thyssen-Bornemisza. O primeiro contemporâneo, o segundo clássico e o terceiro reúne todas as épocas e tipos de arte no mesmo prédio histórico. A rua é charmosa para caminhar e tem outros centros culturais como Centro-centro e Caixa Forum e o cartão postal Fonte de Cibeles.
Visitar todos no mesmo dia fica cansativo, mas pode escolher alguns e intercalar com descansos no Parque del Buen Retiro. O parque mais visitado de Madri tem um lago, o Real Jardim Botânico, o Palácio de Cristal e outras atrações. Não deixe de passar na Porta de Alcalá na entrada ou na saída do parque. E pra terminar com muito estilo, assista ao pôr do sol no Azotea, o café no terraço do Círculo de Bellas Artes.
Dia 4 Museus ou arredores de Madri
Aconteceu de querer entrar em todas as recomendações anteriores, exceto Museu do Prado porque esse tipo de arte me dá sono. Tudo bem, volte outro dia como eu fiz e prefira deixar o Reina Sofía, Real Jardim Botânico e Caixa Fórum neste itinerário. Passe pela Estação de Atocha e prove o tradicional bocadillo de calamares do El Brillante. Um boteco típico madrileno. E não deixe de subir no terraço do Museu Reina Sofía. Se museu não é a sua praia, visite os arredores. Pegue o trem na Estação Atocha ou contrate um passeio de um dia para as cidades medievais Toledo ou Segovia. Conheci as duas na primeira viagem a Madri e adorei.
Dia 5 Arganzuela e Tetuán
A região revitalizada e menos turística de Madri é ideal pra descansar e ver a rotina dos madrilenos. Comece pelo centro cultural Matadero, sempre tem alguma exposição interessante ou é caminho entre o metro e rio Manzanares. A orla entre Matadero e Ponte de Toledo se transformou em um belo e moderno jardim com diferentes cenários ao ar livre. Entre eles a ponte de Arganzuela e parque infantil com brinquedos integrados ao jardim como escorregadores de metal.
Se gosta de caminhadas, pode passar a Ponte de Toledo e seguir a orla por vários quilômetros. O caminho de pedestres continua até o Palácio Real de Madrid e passa pelo estádio do time de futebol Atlético de Madrid. Se quiser visitar o estádio do Real Madrid, deve pegar o metro para o outro lado da cidade. Por acaso onde estava hospedada e era sempre fácil me locomover para todos os lados. O bairro Tetuán é o centro financeiro da capital com prédios modernos, grande oferta em restaurantes e todo tipo de loja. Excelente para fazer compras longe dos pontos turísticos, ainda mais nas liquidações de janeiro como aconteceu comigo.
Dicas para economizar
Hospedagem e comida acabam sendo os principais gastos de quem viaja sozinha por nem sempre ter com quem compartilhar despesas. A dica de hostel está no item abaixo e quando tem cozinha é bom pra comprar em mercados e preparar seus próprios lanches. Sugiro economizar no almoço e gastar mais no jantar. Aproveite os menus do dia, os sanduiches chamados bocadillos e prove o máximo de tapas que puder. São vendidas individualmente e podem ter ingredientes bem requintados por um preço razoável. Pra quem come pouco como eu, foi uma bela solução em várias refeições. Aproveite os vinhos da casa, sempre bons e baratos. Se o café da manhã do hotel for caro, saia pra rua experimente algo diferente a cada dia.
Entre os restaurantes econômicos, recomendo as redes Rodilla, 100 Montaditos (cervejaria), Museo del Jamón (chop muito barato) e Vip’s. Os três primeiros são lanches e saladas. Vip’s serve pratos mais elaborados e fartos, além de ser um tipo de loja de conveniência, mas esta parte é pra quebrar galho porque é mais caro que um mercado. Todos estão presentes em várias partes da cidade.
Se pretende usar transporte público, a partir de quatro viagens por dia escolha o bilhete semanal ou mensal. Dá direito a andar quantas vezes quiser em ônibus, trem e metro em qualquer zona. Inclusive, o meu amassou e não quis funcionar no segundo dia, apresentei ao fiscal e prontamente me deu um novo. Comprei dentro do aeroporto em um quiosque de informações turísticas quando ia em direção à Estação de metro. O transporte público em Madri funciona super bem pra circular por toda a cidade.
Dicas para mulher viajar sozinha em Madri
Madri continua segura e com bastante movimentação nas ruas, inclusive à noite. Embora a quantidade de sem teto tenha aumentado consideravelmente, nunca fui incomodada ou me senti ameaçada. Porém, é bom cuidar o jeito como se veste, como exibe seus pertences e estar atenta a qualquer situação suspeita. Lembrando que imigrantes de culturas muito diferentes da nossa estão indo em peso para Espanha e nem sempre são respeitados e bem acolhidos. Isto pode refletir diretamente na nossa segurança.
Estar sempre conectada à Internet comprando um chip de celular local ajuda muito. Eu usava para ver horários de atrações e traçar rotas no Google Maps quando estava perdida. Comprei o chip da Vodafone com dados e chamadas por 15 euros que rendeu bem para uma semana.
Ficar em hostel é a maneira mais rápida de fazer amigos e economizar (isto se dormir em quartos compartilhados). Prefira os femininos com banheiro no quarto ou acomodações privativas. Nesta viagem fiquei em hotel executivo e senti falta do astral dos albergues, mas fazia parte do pacote de trabalho e tinha um café da manhã maravilhoso. Se estiver procurando este tipo de hotel em Madri, leia minha resenha sobre o Holiday Inn Bernabéu. Se a ideia for hostel, eu escolheria o Far Home Gran Via pela localização, decoração descolada e excelente pontuação no Booking.com.
Pub Crawl é o jeito mais fácil de fazer festas divertidíssimas com desconhecidos e visitar diferentes bares na mesma noite. Um guia leva viajantes para estabelecimentos recomendados e fornece bebida cortesia em cada lugar. Marquei na Puerta del Sol em um domingo, o grupo era pequeno e interessante.
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