BOLONHA

Pasta feita à mão em Bolonha


Vou explicar antes de estranhar o “pasta feita à mão” mencionado no título por eu nunca ter escrito sobre o preparo, somente sobre o comer. Essa ideia de ir para cozinha é algo novo pra mim, há uns cinco anos perdi o medo do fogão e descobri que até levo jeito para as refeições práticas. Então, vendo as opções do que fazer em Bolonha, achei o curso Pasta fresca artesanal perfeito para viver a essência italiana. Fui sem pretensões de aprender a fazer em casa, e sim com a mente aberta para absorver o que viesse.

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Conversando com Mônica na cozinha do Le Sfogline
Conversando com Mônica na cozinha do Le Sfogline
Decoração da cozinha
Decoração da cozinha

Apreciar a culinária local é sempre um dos atrativos da viagem, ainda mais se tratando de Itália. Para ser mais específico, na Emilia Romagna, terra do presunto parma, parmegiano-reggiano, mortadela, vinagre balsâmico e onde comi as melhores massas da minha vida. O segredo, dizem ser o conjunto: características do território mais conhecimento passado de geração para geração.

Teoria confirmada por mim durante a aula com uma mamma italiana, que aprendeu com a nonna e assim por diante. O jeito que ela prepara a massa é igual como é feito no Brasil: mistura de ovo e farinha. Mas o trigo vem de terras italianas e o ovo de galinha italiana, ambos misturados e sovados por mãos italianas que fazem isso desde cedo. Inclusive a profissão das mulheres que fazem pasta à mão tem até nome – Sfogline.

Daniela, Mônica e eu
Daniela, Mônica e eu

Aula de pasta feita à mão

Era início da tarde quando entrei na lojinha Le Sflogline e quatro senhoras me receberam com largos sorrisos. Mônica, a única que falava inglês, disse que me ensinaria, mas todas vieram falar comigo quando eu disse que havia estudado italiano e compreendia tudo, apesar de falar pouco. Pronto, estava completamente à vontade e íntima, principalmente de Daniela, irmã de Mônica. Preparou até um chá de limão quando disse que estava enjoada antes de chegar ali.

Farinha e ovos
Farinha e ovos
Mais farinha
Mais farinha
Passando o rolo e ensinando enquanto as outras colocavam recheio tortellino por tortellino
Passando o rolo e ensinando enquanto as outras colocavam recheio tortellino por tortellino
A massa pronta para ser cortada
A massa pronta para ser cortada
Corte para o anollini
Corte para o anollini
A cara de decepção da Mônica com meus anolinis
A cara de decepção da Mônica com meus anolinis
O anollini deve ser perfeito moldado no dedo
O anollini deve ser perfeito moldado no dedo

Primeiro Mônica explicou sobre a massa, mostrou como preparar e disse para eu fazer igual. Bem, o que ela fazia na maior leveza eu não tinha força e continuou uma bola de massa, bem diferente da folha fininha preparada por ela (veja no vídeo). Depois falou dos vários tipos de formatos, recheios e origens da cada massa preparada ali. Receitas levadas à risca de forma tradicional, sem invenções. Cada tipo de massa com o seu recheio.

Enquanto uma me ensinava, as outras continuavam o trabalho, afinal abastecem alguns restaurantes e pessoas que vão diariamente comprar massas frescas para finalizar em casa. Assim pude ver o processo manual de fabricação de todas. O meu teste foi fazer o tortellini, no qual fui reprovada por terem ficado com um formato meio estranho.

Assista o vídeo da aula de pasta feita à mão

Recheando com ragu
Recheando com ragu

Mas no teste final eu passei! Era provar. Elas cozinharam, me serviram e aí delirei. A pasta pura estava divina e olha que eu só gosto de molho com massa, nesta, só o azeite bastava. Elas adoraram, me ofereceram outras e fui comendo… E assim passei uma tarde sensacional me sentindo em casa.

Sobremesa: a mesma massa assada recheada com goiaba
Sobremesa: a mesma massa assada recheada com goiaba

Na hora de ir embora elas me deram sacolas de massas para fazer em casa, o presente rendeu os jantares durante quase toda a semana para todos na casa. Estava no apartamento dos blogueiros, dividindo com mais três pessoas no projeto BlogVille.

Sobre a pasta fresca artesanal

Pasta feita à mão é considerada arte na Itália. Começando pelo talharim, passando pelas massas recheadas: tortellino caseiro de Modena e Bologna, anolini de Parma, cappelletti Box prosciutto di parma na Romagna até tortellini com ervas ou abóbora. Também tem a lasanha coberta de besciamella recheada com ragu à bolonhesa.

Atenção! Não existe espaguete à bolonhesa! Isto é invenção brasileira, o mais parecido seria o ragu à bolonhesa, onde a carne passa longe de ser guisado.

Conforme a espessura do corte é o número do talharim
Conforme a espessura do corte é o número do talharim
Talharim mais grosso
Talharim mais grosso
Noque
Noque
Tipos de tortellino, anolini e tortellini
Tipos de tortellino, anolini e tortellini

 

Tome Nota

Nos finais de semana de outubro acontece em Bologna um tipo de festival de sabores com a premiação “Lo sfoglino d’oro” para as melhores sfloglines do ano e “Mortadella please”, o festival internacional da mortadela.

Le Sfogline é uma empresa familiar que existe há 17 anos. O endereço é na Via Belvedere 7/B. Para agendar a aula escreva em inglês ou italiano para sfoglinebo@gmail.com e lembre de mencionar que viu aqui no Territórios.

Em frente fica o Mercatto delle Erbe, onde comprei os ingredientes para fazer os molhos, mel e frutas da estação. Lembre-se de não tocar nas frutas, os italianos não gostam. Aponte o que quer e eles pegam. 

Mais fotos da Le Sfogline e a aula de pasta feita à mão:

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15 dias pelo norte da Itália

Mangiare Emilia Romagna

A aula foi cortesia.

Fotos de Leandro Gabrieli. 

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Roberta Martins

Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 16 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram

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