Sim, definitivamente Miami é um caso à parte. Uma mistura louca de Estados Unidos com América Latina, de civilização com canibalismo, de classe com vulgaridade, de biliardários e pobres. É onde o terceiro e o primeiro mundo batem de frente, colocando o baixo nível e a cultura em um único lugar. Por um lado ganha a civilização, por outro ganha a baixaria mesmo, mas o conflito entre ambas correntes é diário na Miami latina.

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Miami latina

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Miami tem uma realidade particular. Como poucos lugares no mundo, o nome que identifica a cidade não é apenas um nome, é uma marca. Assim como Ferrari, Bulgari, Armani, Gucci e outras afins. A marca Miami traz consigo um peso que representa sucesso e ostentação, a maioria falsos, fúteis e consumistas. Dentro dessa loucura, tem todo um processo intrinsicamente ligado a historia latino-americana.

Para os Estados Unidos, o nome é conhecido, mas nunca teve muita importância. Assim como Pinecrest, Doral, Kendall, Hollywood, Fort Lauderdale, Boca Raton e tantos outros municípios da região sul da Flórida, Miami era apenas mais um. Sempre teve um apelo turístico em função das praias, da península de Miami Beach, da arquitetura art decô, do bom clima o ano inteiro e outras características únicas. A cidade ganhou pujança e importância mesmo, devido ao grande fluxo de latino-americanos que se instalaram nos últimos 30 anos. A maioria fugindo das revoluções hispânicas do continente vizinho.

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A Mii-ami de todos nós

Além das muitas crises e violências que assolam a América Latina desde os anos 60 para cá, houveram grandes importantes êxodos de algumas nacionalidades em especifico. A primeira grande leva foi de cubanos, que vieram fugindo da Revolução Castrista, depois fugiram diversos argentinos, e chilenos durante a Revolução Militar dos anos 70 e então, vieram de mais um monte de países durante os conturbados inflacionários anos 80. Nos últimos anos vários vêm escapando da Revolução Kirchnerista na Argentina e também milhares de brasileiros contra a Revolução Petista, sem falar dos Haitianos fugindo da fome e das mazelas do terremoto.

O receio dos latino-americanos é sempre o mesmo. Medo de terem suas propriedades confiscadas, seus filhos assaltados, querem mais acessos aos seus direitos como cidadãos, enfim, todos vem em Miami um porto seguro. Um lugar onde podem ter uma vida normal, apesar das constantes Revoluções e Contra Revoluções latino-americanas que sempre só fizeram acentuar a realidade triste desse continente, que é o mais problemático do mundo.

Dessa forma, a região metropolitana de Miami e Fort Lauderdale conta hoje com uma população de mais de 6 milhões de habitantes, dos quais 5,5 milhões são nascidos na América Latina ou filhos de latino-americanos. É uma realidade muito louca e que não para de crescer: 40% dos imóveis de alto padrão foram vendidos para brasileiros em 2011; um município da região metropolitana de Miami, chamado Doral, agora é conhecido por Doralzuela em função dos tantos venezuelanos instalados ali; a praia de Surfside, hoje se chama Little Buenos Aires; a região de Midtown, também é conhecida como Little Haiti e outra região, atrás do centro de Miami, é conhecida como Little Havana. A cidade fala quatro idiomas ao mesmo tempo: espanhol, português, francês-creole e inglês. Sim, inglês em ultimo lugar, pois quase ninguém fala direito essa língua por aqui hoje em dia.

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Conclusão

Com meu amigo Jesus em South Beach, Miami Latina
Com meu amigo Jesus em South Beach

A Miami latina é incrível! Assim como NYC, Los Angeles, San Francisco e outras cidades turísticas americanas, Miami tem turista de todos os lugares do mundo, porém, a rotina e o contato diário é algo único. Em lugar algum tem mexicano, baiano, portenho, hondurenho, colombiano, chileno, gaúcho, paulista, carioca, cubano, dominicano, guatemalteco, haitiano juntos. Outro fato curioso são os milhares de judeus, de todos os cantos do planeta, que vivem aqui. É outro grupo unificado e diversificado ao mesmo tempo.

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Autor Augustin Tomas o'Brien Caceres

Criado em uma família onde se falava espanhol, português, portunhol, italiolo e algo de inglês. Sempre se interessou por outros idiomas e hoje mora nos Estados Unidos e trabalha com comércio internacional na LE Group Industries. Siga no Linkedin

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