Semanas atrás mais um destino entrou para as minhas listas de lugares únicos no mundo e mais bonitos do Brasil. Foram poucas horas, mas suficientes para competir de igual para igual com outras regiões surpreendentes. Descrevo e mostro um pedacinho do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses no auge da sua beleza.
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Lençóis Maranhenses
Subo pela areia bege e sinto a força do vento pinicar minha canela, a mesma que faz as nuvens carregadas se moverem rapidamente e criarem aquele jogo de luz e sombra me instigando a seguir em frente. Encontro a primeira lagoa no momento da sombra, era pequena e parecia estar secando. Me viro e vejo a segunda bem maior de verde intenso, logo adiante um pedaço de outra azulada somada àquela ondulação das dunas que parece não ter fim. Só parece, pois termina alguns quilômetros dali passando centenas de lagoas de água doce até alcançar o Oceano Atlântico.
O clima quente e movimento da areia trazem a mesma sensação de estar em um deserto, o que não seria novidade, exceto pelas lagoas e a temperatura do chão refrescante demais para o horário. Então fiz a conexão do nome Lençóis Maranhenses com o lugar. Até o momento nunca havia passado pela minha cabeça o fato das lagoas se formarem na época das chuvas porque o solo não precisa absorver mais água por ser um lençol freático! Nada como ver e sentir pra aprender de verdade.
Grupos de vegetação verde escuro e troncos retorcidos complementam o cenário que ficou estonteante quando uma brecha fez os raios de sol deixarem as areias brancas e a lagoa vibrante. Do alto da duna veio a vontade de sair rolando como fiz no Jalapão, e ali ainda teria o mergulho no final. Apenas Luiz se animou e lá fomos nós deixar a areia entrar em todos os buracos do corpo.
A temperatura da água é perfeita e a cor transparente, o efeito verde são musgos leves que ficam flutuando. E nas mais escuras, é a vegetação no fundo o motivo de variar entre tons azuis e verdes. Novas lagoas surgem e desaparecem todos os anos, elas mudam o formato conforme as areias vão se moldando. Algumas nem chegam a ter nome, as que tem e fizeram parte do roteiro foram Lagoa da Preguiça, Lagoa dos Toyoteiros, Lagoa Esmeralda e Lagoa Azul (por favor, me corrijam se as legendas estiverem erradas).
Lagoa Azul
Quando alcançamos a Lagoa Azul, a última do passeio, o sol tinha vindo pra ficar e deixou o banho ainda melhor. Decidi rolar de novo de uma duna mais alta, além da queda mais longa, era mais dura e ninguém quis me acompanhar. O resultado foi tontura: mergulhei, levantei e cai de novo.
Este foi o CIRCUITO DA LAGOA AZUL, um dos diversos passeios para conhecer os Grandes Lençóis. Dentro do parque também tem os Pequenos Lençóis, povoados, rios e áreas de vegetação sem dunas. Um toyoteiro (veículo 4×4 adaptado para passageiros) com guia nos buscou em Barreirinhas pela manhã para 12 km atravessando o rio Preguiças em balsa e uma trilha estreita de areia fofa até alcançar as dunas. Sacode o trajeto todo e quem senta nas laterais deve cuidar para não se arranhar com os galhos ou se embarrar quando cruzamos riachos. Alguns são fundos e quase alcançam o motor.
De tanto balançar é comum a correia estragar e aconteceu conosco, afinal perrengue faz parte de conhecer lugares exuberantes. Logo chamaram outro veículo e arrumaram, enquanto nos divertíamos, a tempo da nossa volta. Com os pés pretos de lodo, comecei mais uns 2 km de caminhada entre as lagoas para viver o narrado acima.
Tome Nota Lençóis Maranhenses
O Parque Nacional Dos Lençóis Maranhenses ocupa uma área de 155 mil hectares influenciados pelos biomas Caatinga, Cerrado e Amazônia. A principal porta de entrada é Barreirinhas, mas existe infraestrutura também em Santo Amaro e Primeira Cruz. Além dos atrativos em Atins, Caburé, Paulino Neves, Mandacaru e Vassouras.
Quando ir: a temperatura agradável e as dunas estão lá o ano todo, mas apenas duas lagoas são permanentes. A maioria se forma no período de chuvas, entre março e abril, e permanece até agosto. Se chove pouco, elas nem aparecem.
Como visitar o parque: veículo 4×4 é obrigatório e precisa solicitar autorização para o ICMBio em Barreirinhas. As agências cadastradas já possuem autorização e foi São Paulo Ecoturismo quem nos levou para 4h30 do Circuito da Lagoa Azul. O mesmo pode ser feito a tarde com a vantagem de incluir o pôr do sol no final e a desvantagem de ser o horário mais lotado de pessoas aparecendo na sua foto. O guia garantiu que parece um formigueiro a quantidade de gente se movimentando nas dunas pela tarde.
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O que levar no passeio: água, chapéu, óculos, protetor solar e roupas leves. Cuidado com a câmera! Não troque lentes, mantenha com a tampa e tire o máximo de areia que conseguir ao final do passeio.
Quanto tempo ficar: uma semana seria o ideal para conhecer tudo com calma, mas três dias seria o mínimo. Infelizmente fiquei só dois dias, foi muito corrido e faltou passar por Santo Amaro e Atins.
Onde ficar: a região tem várias opções, neste dia me hospedei na Pousada Murici, em Barreirinhas, tem uma ampla área nas margens do rio Preguiças oferecendo acomodações simples em ambiente rústico e familiar. O quarto tem varanda, frigobar, ar-condicionado, wifi e TV. O café da manhã é cheio de frutas e sucos da estação servidos no restaurante com vista para o rio.
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A viagem pela Rota das Emoções foi um convite do Sebrae em conjunto com empresários de turismo da Rota. As dicas e opiniões expressas aqui são de livre expressão do autor.
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3 Comments
Saudades já! Que passeio maravilhoso. Não queria mais sair da água, hehehe
Amei o post,estou doida para convencer o Jose Carlos a fazer esse passeio.
beijocas,Lilian
Vai adorar Lilian, foi a melhor paisagem da Rota das Emoções. Convence que ele vai te agradecer, mas vai na época das lagoas. beijos