Brasília, uma cidade sem esquinas

Sempre que conheço uma nova cidade, costumo encontrar semelhanças com outras visitadas, mas Brasília é algo totalmente diferente. Já dizia Oscar Niemeyer: “… quem for a Brasília, pode gostar ou não dos palácios, mas não pode dizer que viu antes coisa parecida…”. Posso dizer que gostei bastante, pois tudo é muito diferente, tudo é grandioso, tudo é cheio de história.

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Brasília entre o concreto e a metáfora

Já escutei muitos dizerem que lá não existem esquinas, o que é uma mentira (pode conferir no Google Maps), porém, como metáfora, faz todo sentido. Quando cheguei, o sentimento que a cidade despertou em mim foi uma falta de aconchego, mas não entendi o porquê. 

Entretanto, durante o city tour, o guia conseguiu saná-la usando uma citação de Nelson Rodrigues na qual ele afirmava ser nas esquinas que as pessoas se encontram, seja em botecos, farmácias, etc. Não que isso falte em Brasília por existirem centros comerciais oferecendo tudo, porém eles ficam distantes sendo preciso ir de carro até eles.

Mudar o local da capital era um sonho antigo na história do Brasil e foi Juscelino Kubitschek quem conseguiu esse feito. “50 anos em 5” foi o lema da campanha, composta inicialmente por 30 metas, mas na última hora incluiu um desafio: a construção de Brasília e a transferência da capital federal.

O arquiteto escolhido por JK foi Oscar Niemeyer e, ao lado de Lucio Costa (seu amigo, ex-patrão e vencedor do concurso público para o Plano Piloto de Brasília), projetou os principais edifícios da Capital. Esses deveriam ser construídos à velocidade de um mandato e, na prática, foram realizados em 3 anos.

Eu tive um dia para descobrir a cidade, então fiz um city tour conhecendo os principais pontos turísticos. Não consegui ver tudo, mas o que vi já me impressionou bastante.

City Tour em Brasília

A primeira parada foi no Memorial JK que abriga seus restos mortais. Ele foi idealizado pela sua esposa, Sarah, logo após sua morte, sendo construído e mantido sem dinheiro público; por isso, é necessário pagar ingresso para visitá-lo.

Em seguida, passamos pelo Santuário Dom Bosco, um dos cartões postais da cidade. Ele foi projetado por Cláudio Naves, tendo 80 colunas de concreto de 16 metros de altura decoradas por vitrais. Bem no centro, tem um lustre de 3,5 metros de altura composto por 7.400 peças de vidro. Pagando poucos reais, eles ascendem por 1 minuto para tirar fotos.

A terceira parada foi na Catedral Metropolitana, projetada por Oscar Niemeyer. Bonita tanto por fora quanto por dentro, ela é um ícone e primeiro monumento construído em Brasília.

Passamos depois pelo ponto obrigatório e principal cartão postal da cidade: o Congresso Nacional. Só conheci por fora, mas existem passeios guiados todos os dias, incluindo finais de semana.

Na Praça dos Três Poderes, ainda pude conhecer o Palácio do Planalto (Poder Executivo) e o Supremo Tribunal Federal (Poder Judiciário). Além deles, conheci as esculturas Os Guerreiros, de Bruno Giorgi, e A Justiça, de Alfredo Ceschiatti.

Por fim, fomos ao Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidenta Dilma. Ela estava lá quando chegamos, mas vimos apenas as emas no seu pátio.

O City Tour pega as pessoas nos hotéis e isso é ótimo porque não é fácil se deslocar pela cidade. A pé  tudo é muito longe, se quiser uma farmácia terá que pegar um táxi.

Extra: Torre da TV

Quando voltei ao hotel, ainda deu tempo de visitar a Torre da TV. O atrativo possui um mirante panorâmico, a 75 metros do solo, onde se tem uma visão de 360° da cidade. Vale a pena para quem não tem medo de altura!

Tome Nota

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