Um dos lugares mais encantadores onde já estive é norte da Irlanda do Norte. Aliás, de todos os cantos por onde eu mochilei, essa é a minha viagem preferida. Dignas de cenário de cinema, as paisagens que presenciei em julho de 2008 me marcaram tanto que certas noites chego a sonhar que estou de volta a esse pedacinho tão mágico do mundo.
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Irlanda do Norte
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Uma parte dessas boas surpresas também se deve ao fato de que embarquei na aventura de conhecer uma pequena parte do Reino Unido bem por acaso. O namorado participou de um congresso em Dublin, na Irlanda, e eu fui na bagagem. Um grupo de colegas desse congresso é que traçou os planos da viagem para a Irlanda do Norte e determinou os lugares que visitaríamos. Por muita sorte, eu fui na onda.
Giant’s Causeway
Localizado em County Antrim (litoral nordeste da Irlanda do Norte), Giant’s Causeway é o lugar mais impressionante que eu já vi. A paisagem é resultado de uma erupção vulcânica e deu margem a várias lendas cujo personagem principal seria um guerreiro gigante (e daí o nome do local, que significa Calçada do Gigante, em português).
Historias à parte, a realidade é que cerca de 40 mil pedras esculpidas pela natureza em formas hexagonais se encaixam numa área de quase um quilômetro entre o mar e a montanha.
Patrimônio da Unesco e reserva natural da Irlanda, Giant’s Causeway é desses lugares fascinantes que dispensam descrição e onde a gente pode passar horas só admirando. Eu não tenho duvidas que voltarei quantas vezes for possível.
Carrick-A-Rede
Na mesma região do litoral nordeste da Irlanda do Norte, visitamos também os arredores de Ballintoy, igualmente em County Antrim. O local é especialmente conhecido por Carrick-A-Rede, uma ponte de corda de vinte metros que conecta o continente à pequena ilha de Carrick.
Para quem curte natureza e esta passeando pela Irlanda do Norte, Carrick-a-rede é imperdível. A beleza nessa região, um tanto quanto inabitada, é denotada pelo alto relevo da costa.
Se você contar com a mesma sorte do nosso grupo, vai poder presenciar os pinguins que povoam as rochas aos arredores da ilha e golfinhos que, diante da surpresa da guarda do local, não devem aparecer por lá com tanta frequência.
Dunluce Castle
Nos arredores de Carrick-a-rede, também visitamos as ruínas do medieval Dunluce Castle. Construído no século XIII, foi habitado até 1690, mas uma série de ataques prejudicou a construção. As ruínas ficam à beira de uma montanha no litoral e estão abertas para visitas, vale a pena.
E para não dizer que não aproveitamos das praias em pleno verão norte-irlandês (10 graus é calor nessa região onde chove quase diariamente), visitamos Whiterocks Beach, nas redondezas de Dunluce Castle. Confesso que fiquei mais surpresa pela corajosa pratica do surf no gélido mar irlandês do que pela coloração das rochas sedimentárias que nomeiam a praia. Na entrada do local, uma placa aconselhava se proteger do sol, ainda que ele não tenha dados as graças nenhum dos dias em que estivemos na Irlanda do Norte.
Arredores de Coleraine
Na sede de civilização e dos pubs que abrem muito cedo, fizemos uma parada estratégica em Carnlough, uma cidadezinha próxima a Coleraine onde visitamos o porto do local.
A 15 quilômetros de Coleraine, visitamos a destilaria de whisky Old Bushmills, a mais antiga do mundo (data de 1608) e a única ainda em funcionamento na Irlanda do Norte. Uma guia nos explicou todos os passos da fabricação do whisky e, no final, pudemos escolher uma bebida da fábrica que queríamos degustar. Como eu odeio whisky (e adivinhem que não foi por vontade própria que eu fui parar numa destilaria), tomei uma espécie de chá doce à base de whisky e canela.
Tours e experiências
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Para quem viaja em julho para a Irlanda do Norte
Passamos uma tarde em Belfast, no caminho de volta para Dublin, e foi pouquíssimo tempo para conhecer a cidade, uma pena. Para piorar, ainda pegamos o feriado de 12 de julho* (The Twelth ou Orangemen’s Day*) e nada funcionava.
Foi interessante ao menos ver o desfile e dar uma banda pela capital norte-irlandesa, que ficou rapidamente deserta depois dos festejos. Nos restou caminhar pela cidade e aproveitar de sua arquitetura e da melancolia do fim de uma viagem tão bonita.
* O 12 de julho celebra a Glorious Revolution (1688) e a vitoria do rei protestante William of Orange sobre o rei católico James II na Batalha de Boyne (1690)
Tome Nota
O aviso da proteção solar da praia não me convenceu e não imagino que as temperaturas subam muito nessa região mesmo no auge do verão europeu. Saímos da França com um calor de 30 graus e pegamos chuva, muito vento e uma temperatura entre 10 e 15 graus durante uma semana na Irlanda.
Os guris do grupo foram equipados de botas, gorros e capas de chuva – o que eu recomendo demais e prometo que vou fazer na minha próxima viagem à Irlanda do Norte. Para constar, a pessoa de bom senso e de saia rodada na foto de Carrick-a-rede sou eu. Aconselho que não repitam a experiência sem a presença de responsáveis e/ou um serviço de resgate.
Os nativos usavam shorts e mangas curtas como se eles estivessem no nordeste do Brasil e não no nordeste da Irlanda do Norte. Ou seja, não se guiem pelos habitantes locais, desconfio sinceramente que eles sejam impermeáveis.
Não se preocupe em levar sombrinha e guarda-chuva na bagagem; tem à venda por todo o lugar. Eu sei, você acabou de pensar que não vai levar uma sombrinha o tempo inteiro durante a viagem. Eu também pensei isso até que eternos cinco minutos debaixo de uma chuva e de um vento gélidos que afogaram minhas roupas e meu bom humor. Só então mudei de opinião, entrei na primeira lojinha à vista e sai com um lindo guarda-chuvas azul de bolinhas brancas. Nunca pensei que a felicidade pudesse se resumir a tão pouco.
Transporte na Irlanda do Norte
Como chegar: Fizemos de trem o trajeto de Dublin (Irlanda) até Belfast (Irlanda do Norte). E de lá rumamos também de trem até Coleraine onde nos hospedamos e alugamos um carro para conhecermos a região.
Os trajetos e tarifas de trem entre as duas Irlandas e na Irlanda do Norte podem ser consultados no site da Translink.
Belfast também conta com um aeroporto internacional, assim como Dublin.
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8 Comments
Bruno, vai me dizer q sao as pessoas q criam a lava?
Parabéns pelas fotos!
aaa os países nórdicos.. ( sonhando aqui )
Sou pobre. 🙁
Oi, Bruno! Valeu por adicionar as infos sobre as rochas!
E, Rodrigo, procurei onde foi gravado o seriado Lost e não encontrei nenhuma informação relativa à Giant’s Causeway ou Giant’s Boot. Vamos ficar devendo essa…
Só pra constar, essas rochas não foram esculpidas pela natureza, elas são formadas assim, normalmente em topos de derrames de lavas básicas/ácidas, aqui no Brasil temos muitos lugares com esse tipo litológico, porém em nenhum sítio deste tamanho, procure por diáclase ou disjunção vertical de basalto, e pedras de cambira 😉
Nossa,um lugar que gostaria de ir um dia,belo post!
É a bota do pé da ilha de LOST?