As baleias sempre visitaram a costa brasileira em busca de águas mais quentes que as da Antártica no inverno. Então o homem tratou de caçá-las até a quase extinção da espécie Franca, a mais dócil de todas. Em resumo, elas pararam de vir, a lei proibindo a caça foi criada e, aos poucos, elas começaram a voltar. Mas nem comparado ao passado em número e locais de avistamento, ao menos por enquanto. Nos últimos anos elas têm se concentrado na região de Santa Catarina e até ganhou o nome de Rota da Baleia Franca devido à incidência e possibilidade de ver os animais por terra.
Entre agosto e novembro, mães e filhotes podem ser vistos nos pontos de observação espalhados pelo litoral dos municípios de Laguna, Imbituba e Garopaba. Passei por lá em setembro com a esperança de ver de perto esses mamíferos gigantes. Vi e adorei a experiência, porém, não consegui fazer a foto imaginada nem usando uma lente 300 milímetros. As melhores imagens apresentadas aqui são do guia Julio César Vicente.
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Onde ver baleias em Santa Catarina
Embora os guias locais recomendem três dias para ver baleias, ir até o ponto de observação não é garantia de vê-las, principalmente de perto. Isto é regra em toda contemplação do mundo selvagem animal, a gente só vê o que os bichos permitem conforme a vontade deles. Durante a minha estada, nenhuma pulou para fora d’água ou chegou perto das pedras quando eu estava nos pontos mais altos. Como o avistamento embarcado estava temporariamente proibido na época, as chances de chegar perto diminuíram bastante.
Onde e como avistei baleia-franca
Observei a primeira baleia-franca na Barra de Ibiraquera no terceiro dia e o melhor momento foi no alto das rochas da Praia de Ferrugem no quarto dia. Nos outros dias também avistei na Ribanceira e no Rosa. Isso porque estava sempre acompanhada por guias locais. Eles ensinaram técnicas para diferenciar baleias de rochas e encontrar aquele ponto preto na imensidão do mar. Tarefa ainda mais complicada em dias cinzas.
Os guias estão constantemente em contato com as organizações responsáveis por monitorar baleias em Santa Catarina e com os pescadores que ficam de olho no mar. Um fala para o outro e assim conseguimos quase sempre alcançá-las na praia certa. No Farol de Santa Marta não vimos por minutos. Uma baleia havia passado boa parte da manhã ali, até quinze minutos antes da nossa chegada.
O momento mais divertido da busca pelas baleias foi um tipo de rally com safari no Kombaleia, uma kombi personalizada com o tema baleia. O nosso grupo se dividiu entre a kombi e buggys percorrendo praias pouco visitadas entre Laguna e Imbituba. Era grande o risco de atolar enquanto ficávamos de olho no mar e nas ondas. Algumas até atingiram os buggys e geraram muitas gargalhadas. Ainda paramos na Pedra do Frade e no Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca (Projeto Baleia Franca).
Souvenir da Rota da Baleia Franca
Na última parada, encontrei o presente fofo para a minha afilhada. Uma baleia de pelúcia que existe de verdade e sua localização pode ser encontrada no site do projeto. Isso porque o brinquedo tem os mesmos desenhos brancos responsáveis por identificar cada baleia-franca. Ele vem com um número e dados de nascimento da baleia, a qual pretendo rever um dia, de preferência acompanhada por minha afilhada quando ela estiver maior. Presente com significado, afinal, as duas (ela e a baleia) têm quase a mesma idade e devem viver cerca de 80 anos.
Sobre a baleia-franca
As baleias da espécie franca migram para a costa de Santa Catarina em busca de águas calmas, quentes e protegidas para acasalamento, parto e ensinar os filhotes nos primeiros meses de vida. Para ter uma ideia do tamanho, as fêmeas podem atingir mais de 17 metros e 60 toneladas.
Na observação podemos visualizar algumas partes exclusivas dessa baleia. Por exemplo, o dorso (é a única espécie de baleia sem a nadadeira dorsal), as calosidades brancas (o branco são piolhos-de-baleia acompanhando o cetáceo a vida toda) que permitem identificar cada animal, a cauda, o borrifo em formato de “V” e a nadadeira peitoral.
A espécie baleia-franca é chamada assim por ser dócil e de hábitos costeiros. E isto a torna uma presa fácil para caçadores de baleias. Antes de existir o cimento ou a energia elétrica, o óleo de baleia era muito valioso para iluminar as cidades e construir prédios.
Proteção à baleia-franca
Duas organizações não governamentais monitoram e ajudam a proteger os animais através de pesquisa científica, educação e sensibilização do público. Tanto o Projeto Baleia Franca, na Praia de Itapirubá, quanto o Instituto Baleia Franca, em Garopaba, estão abertos à visitação e têm um monte de informações sobre a baleia-franca.
Para proteger o ecossistema onde as baleias vêm se reproduzir, foi criada uma Área de Conservação Ambiental (APA) desde o sul da ilha de Florianópolis até a Praia do Rincão. A Unidade de Conservação abrange 130 km de costa, lagos, lagoas, rios e conjunto de dunas administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Projeto Baleia Franca possui deck para observação de cetáceos, lojinha onde comprei a baleia de pelúcia e um espaço de educação ambiental. Na Av. Atlântica, s/n, Praia de Itapitubá, Imbituba. Visite o site.
O Instituto Baleia Franca tem um Centro de Interpretação da Vida Marinha e observação de baleias orientadas. Na Rua Manoel Álvares de Araújo, Garopaba. Conheça o trabalho deles no site.
A Rota da Baleia Franca
Um destino de ecoturismo que segue os princípios da responsabilidade socioambiental e tem como diferencial o espetáculo das baleias da espécie franca, além das belezas naturais do litoral catarinense. A Rota também conta com inúmeras atividades como esportes de aventura, excelentes opções em gastronomia típica e atrativos culturais. Portanto, se as baleias não aparecerem de cara ou se nem todos da família têm interesse pelos cetáceos, há um monte de outras coisas para fazer.
Nós fizemos trilhas e city tour histórico em Laguna e Garopaba; provamos as delícias do Festival Gastronômico Rota da Baleia Franca; praticamos stand up paddle; visitamos comunidades que trabalham com butiás, engenho de farinha e os pescadores de tainha ajudados pelos botos; e só não saltamos de paraquedas porque o vento forte não deu trégua.
+ Saiba o que fazer na Praia do Rosa durante o inverno
A Rota da Baleia Franca é o resultado de um projeto idealizado pelo SEBRAE, em parceria com os municípios litorâneos de Santa Catarina. Busca capacitar e fortalecer os pequenos negócios voltados ao turismo e fomentar a economia na chamada baixa temporada.
Pousadas e hotéis também participam do projeto oferecendo pacotes promocionais no mesmo período da visita das baleias. Deixo os nomes dos lugares onde me hospedei: Pousada da Lagoa, Pousada da Praia, Pousada Mevlana Garden, Solar Mirador Exclusive Resort Spa e Hotel Internacional Gravatal.
Tome Nota
Baleias-francas podem ser avistadas por toda a Rota, mas a probabilidade de observação aumenta em Ibiraquera e Praia da Ribanceira. Seguido por Galheta do Farol, Gamboa, Vila Nova e Itapirubá. Conforme a tendência observada nas últimas temporadas.
O nosso roteiro foi todo organizado pelo receptivo Casa Verde e os guias que ajudaram no avistamento de baleias foram Julio César Vicente (Kombaleia) e Jean Vasconcelos.
Casa VerdeExperiências Turísticas está localizada em Imbituba e atende pelos telefones (48) 99144.1531 e 99623.6858.
Além do litoral catarinense, baleias-francas podem ser vistas na Península Valdés (Argentina), Uruguai, África do Sul, sul da Austrália e Nova Zelândia. Mas Santa Catarina tem a vantagem de não ser tão frio como Uruguai ou Argentina no inverno. Conforme o vento, pode até pegar uma praia.
Na temporada de 2018, o Instituto Australis registrou 284 baleias-francas, o maior número dos últimos 31 anos.
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Esta viagem foi um convite do SEBRAE SC. Foto destaque de Julio César Vicente.
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2 Comments
Eu estive na região do Farol de Santa Marta em dezembro do ano passado, e, conversando com o dono da pousada onde fiquei, ele falou que estão buscando aumentar o turismo na região nessa época do ano, pra ver as baleias francas. Falta incentivo do governo do estado e da prefeitura da cidade de Laguna, mas que estão buscando parcerias com barqueiros, licenças do IBAMA e do Ministério da Marinha pra poder fomentar o turismo.
A viagem que eu fiz fez parte de um projeto do SEBRAE com participação do Governo do Estado para fomentar o turismo na região através da divulgação. Ainda tem problemas erros, mas vejo as pessoas se mexendo com boa vontade.