Dizem ser o destino praia mais bonito do Paraná, como ainda desconheço os outros, só posso considerar a Ilha do Mel um pedaço preservado da natureza. Esta ilha estava nos meus projetos desde os anos 90, quando meus colegas de colégio passavam os feriados por lá.
A oportunidade de conhecer só surgiu mais de 15 anos depois. Cheguei sem grandes expectativas, afinal em meu julgamento, um lugar tão badalado décadas atrás, deveria estar degradado agora. E ainda tinha a previsão de chuva para deixar os cenários cinzas… Eu estava enganada. Para minha felicidade e de quem deseja conhecer a Ilha do Mel, ela foi bem cuidada e quase toda sua área está protegida por ser mata nativa.
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Pedaço preservado da natureza
A Ilha do Mel tem 25 km de praias e noventa por cento dos 27,6 km2 é tombado pelo Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Estado do Paraná. Possuí um Parque Estadual, uma Estação Ecológica, uma gruta, dois faróis e uma fortaleza beirando os 250 anos de história. O que vi por lá estão nas fotos no meio do texto e o que fiz segue no relato abaixo.
Como foram os 3 dias sozinha na Ilha do Mel
Cheguei e voltei com chuva no mês de setembro. Mas o sol atendeu às minhas preces e concedeu algumas horas no segundo e terceiro dia. Mesmo com clima ruim, peguei a sombrinha e fiz as trilhas curtas para sentir o astral da ilha e ver as praias do Farol, de Fora e Grande, perto de Nova Brasília. Embarrei o pé, pulei poças e molhei as calcas, por outro lado, relaxei, vi flores silvestres e detalhes que só os mais observadores percebem quando a paisagem maior não ofusca. Poucos cruzaram o meu caminho, alguns surfistas corriam para o mar, moradores passavam com os carrinhos vazios voltando do trapiche e eu seguia as placas.
A ida para o lado de Encantadas
O sol veio perto do meio dia e aproveitei para conhecer o outro lado da ilha de barco. Gostei de Encantadas e dizem ser a parte mais bonita. Na verdade, acho todas as praias mesclando mata atlântica, morros e mar lindas. Lá tem a Gruta das Encantadas, a capela na alto da Ponta da Nhá Pina e dá pra fazer a trilha até Nova Brasília subindo e descendo morros por 5 km. A qual não arrisquei fazer sozinha e com previsão de chuva. Apenas subi até a capela para ter noção das distâncias e vi o Farol das Conchas, três praias e alguns morros a partir dali.
Quando desci foi engraçado (para não dizer quase trágico). No momento de cruzar um riachinho eu afundei até os dois joelhos em areia movediça! Olhei pra praia e não havia ninguém, olhei para o mar e a maré estava subindo, olhei pra mim e decidi salvar primeiro a mochila com os eletrônicos. Não era difícil sair, até porque já havia passado por isso e sabia que o segredo é não se mexer rápido. No entanto, outra pessoa sem esta experiência deve ficar apavorada. Deixei a mochila nas margens do riacho e tirei uma perna lentamente de cada vez. Fiz força e puxei com o braços, mas fiquei bem suja. Sã e salva tive um acesso de riso quando vi uma placa de perigo e me imaginei presa na areia me afogando na maré alta.
Voltei de barco para Brasília e aproveitei o final da tarde para subir até a base do Farol. De novo, uma ampla vista da Ilha do Mel que seria perfeita se o sol não estivesse escondido. Ainda com esperança de ver o pôr do sol, analisei o céu e o mapa e fui em direção ao porto. No caminho me indicaram a Praia do Belo como melhor ponto por uma pequena trilha antes do trapiche. Lá haviam outros expectadores e seria bem em frente se as nuvens abrissem caminho.
Pesquisando na Internet vi uma belas imagens de pôr do sol com o Farol e luas gigantes iluminando a ilha. Essas da lua tive dúvidas se eram montagens, mas todos por lá confirma. Dizem que a lua parece estar mais perto da Ilha do Mel e inclusive me mostraram fotos tiradas por eles. Dei um voto de confiança e fiquei com muita vontade de voltar na lua cheia.
Trilha para a Fortaleza
No último dia amanheceu ensolarado, um dia azul sem nuvens me fez correr cedo para conhecer a Fortaleza, desta vez para o lado da Estação Ecológica. Exigia uma trilha plana de 4 km pela beira da praia percorrida na maior tranquilidade. Pouquíssimas pessoas passaram a pé ou de bicicleta e a construção só apareceu pequeninha entre a montanha e o mar quilômetros adiante.
Dentro da Fortaleza descobri a história da ilha na biblioteca e ouvindo o as explicações do simpático guarda, outro viciado em viagens. Ali viviam pescadores que foram obrigados a sair na época da segunda guerra mundial. Suas casas se deterioram pelo tempo e o transporte fluvial ficou parado por anos porque era uma área militar. Aos poucos os pescadores foram voltando e, nos anos 80, foi descoberta por aventureiros que acampavam. Logo ganhou visibilidade, um pouco de estrutura e o turismo foi aumentando até virar zona protegida e ter o ingresso de pessoas limitado.
Enfim, viajei sozinha, mas a viagem não foi solitária e deu para conhecer as principais atrações. Conheci moradores e viajantes passando temporadas como o argentino que pediu uma cuia do meu mate, ele viaja há 4 anos e ali faz jardinagem em uma pousada; a catarinense que se apaixonou pela ilha e ficou; o fotógrafo porto alegrense que faz sushi; a professora da creche que adora tirar fotos da ilha e me mostrou várias; e até um viajante que vende artesanato e já conhecia o Territórios.
Tome Nota
Pousada na Ilha do Mel: Adorei me hospedar na Favo de Mel e indico outras opções neste artigo para aproveitar esse pedaço preservado do Paraná.
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10 Comments
O seu comentário fala meu nome kkkk mas valeu!
por questao de privacidade e meu nome ser único, gostaria que apagasse meu comentário nesta fantástica matéria. ou editasse o nome e deixasse apenas j. d.costa obrigado.
Feito.Respeitamos a sua privacidade
nossa que matéria linda parabéns pelo relato fui ao Paraná porem só em praia de leste e matinhos não co.segui ir em ilha do mel vou em março e gostaria de algumas dicas de como não me atrapalhar lá e saber andar pra aproveitar o máximo sou de mato grosso do sul
Oi Eliezio, obrigada! E eu só conheci a Ilha de Mel entre as praias do Paraná. Aqui tem um artigo com dicas gerais https://www.territorios.com.br/ilha-do-mel-dicas-uteis-e-praticas/ e aqui sobre o transporte https://www.territorios.com.br/como-chegar-e-circular-na-ilha-do-mel/
Conheço a ilha e recomendo pra meus amigos e conhecidos. É meu destino no carnaval e nos meses de abril e maio. Já vi golfinhos no trajeto de Paranaguá ate a ilha
Parabéns pelo site, pelo relato, enfim, parabéns mesmo! Excelente projeto.
Oi J Costa, muito obrigada!!! Fique à vontade para explorar territórios conosco
Olá. Já conheço a ilha há alguns anos. É meu destino de carnaval. Recomendo muito. Se der sorte, é possível ver golfinhos no caminho de barco até Paranaguá.
Chovia muito quando atravessei, deve ser muito lindo com golfinhos