Antes da pandemia levei euros em espécie para a Europa e não consegui usar porque o comércio não estava aceitando, era somente cartão ou transferências digitais. Inclusive havia cartazes anunciando:
Não aceitamos dinheiro em papel-moeda!
Mas calma, isso não é válido para todos os países, minha experiência foi extrema na Suécia e Noruega, onde a previsão é o dinheiro em papel ser eliminado até 2030. Em países como Portugal, Espanha, Grécia, Itália e outros ainda existe comércio que não aceita cartões em 2022, principalmente nas cidades do interior.
Portanto, se for viajar para cidades pequenas, descubra a situação atual antes. Pesquisando para a minha próxima viagem, identifiquei como Londres e Suíça estão seguindo o mesmo caminho digital, os poucos lugares que aceitam papel não tem troco.
Como levar dinheiro para a Europa?
Felizmente, foi permitido aos brasileiros abrirem conta internacional em euro, onde o IOF é 1,1% cobrado no cartão de débito e não 6,8% como nos cartões de crédito. Recomendo abrir essa conta e ir abastecendo com euros aos poucos da mesma forma que antes indicava comprar papel-moeda (IOF também é 1,1%). Fiz Conta Global C6 e Wise para testar e trarei mais informações práticas ao final da viagem. Por enquanto, saiba como abrir a conta.
O cartão de crédito ainda é super útil para emergências e comprovar renda com o limite disponível. Espanha, por exemplo, passou a exigir comprovação de 900 euros + 100 euros por dia de viagem na imigração. Também é o melhor para acumular milhas ou cashback, mas a conta sempre fica mais cara ao avaliar o custo-benefício. Além do IOF para o governo, tem a taxa spread e os bancos cobram um adicional acima da cotação oficial do dólar determinada pelo Banco Central que varia de 2 a 7%.
Comprar euro em papel-moeda depende do destino escolhido e como sempre terá caixa ATM para sacar nos aeroportos e cidades grandes, vale levar um mínimo e sacar se for necessário.
O que são as taxas para levar euros
- IOF é o imposto sobre operações financeiras aplicado pelo governo em diferentes usos de dinheiro. Como mencionado acima, para comprar moeda estrangeira varia entre 1,1% a 6,8% conforme o meio de pagamento (papel ou cartão). A boa notícia é já ter data para acabar, mas será diminuído gradualmente até zerar em 2028.
- Spread é aplicado pelos bancos para compensar a diferença entre o preço de compra (procura) e venda (oferta) em transações. A porcentagem varia e são os bancos quem decidem quanto cobrar. A menor taxa encontrei na Conta Global C6 (2,5%), mas tem pegadinha! Pode mudar para 4% conforme o horário da transação, geralmente horário comercial no Brasil. Ou seja, se for abastecer o seu cartão pela manhã e estiver na Europa, o mercado brasileiro ainda está fechado e a spread será maior. Pelo menos, o aplicativo C6 avisa que não é o melhor momento e discrimina os valores das taxas na cotação antes de a transação ser confirmada.
Contas digitais internacionais gratuitas e pagas (euros)
Cada vez surgem mais fintechs e bancos oferecendo soluções, explico as que estou utilizando no momento.
Estou gostando de usar o aplicativo C6 por concentrar todos os serviços e ser intuitivo de usar. Abrir conta pessoa física é grátis, basta baixar o aplicativo e seguir as instruções. É obrigatório para ter acesso aos outros serviços como a Conta Global C6, no entanto, essa é paga na abertura conforme os seus investimentos. Mesmo pagando, ainda compensa a economia no IOF e pode enviar PIX da sua conta tradicional para a conta C6 sem taxa de transferência. Esperei o cartão físico chegar e então comecei a comprar euros nos dias que o câmbio estava mais baixo.
O processo de abertura da conta internacional Wise também é simples e fiz tudo pelo site. A vantagem é não cobrar abertura nem taxa de utilização para saldos de até 3.000 euros e ser um cartão único para mais de 50 moedas. Wise é ideal se incluir Reino Unido ou outros continentes na mesma viagem.
E se não usar tudo na viagem, saiba que há três soluções válidas para o saldo em qualquer uma dessas contas:
- resgatar em reais (com taxas) para a sua conta bancária;
- utilizar para fazer compras online no exterior sem pagar IOF porque já foi pago ao adquirir a moeda;
- guardar para a próxima viagem sem sofrer com as perdas cambiais.
Conclusão para levar euros para a Europa em 2023
Levei para a Itália e Suíça 50 euros em papel que havia guardado em casa mais os cartões de débito das contas internacionais e um cartão de crédito (para emergência). E voltei com 40 euros porque os cartões foram amplamente aceitos, só precisei de dinheiro efetivo em duas situações: comprar comida de rua e usar o armário do hostel que aceitava apenas francos suíços em moeda.
Verdade que as cidades citadas como exemplo: Londres, Suíça, Noruega e Suécia adotam outras moedas como oficiais e o uso do cartão facilita as transações tanto para o comércio quanto para o turista. Portanto, ter uma conta internacional para viajar para esses países é imprescindível, assim como levar ao menos um cartão de crédito e um mínimo em euros em papel.
E você, viajou para a Europa recentemente? Qual cartão levou e onde encontrou dificuldades para fazer pagamentos? Conto nos comentários.
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